• 3 de junho de 2016

    3 Curiosidades sobre a mente

    A ideia de que temos uma mente parece intuitiva hoje em dia, porém, muitas perguntas e curiosidades rondam a mente mostrando que sua verdadeira natureza ainda é misteriosa para nós.

    1. Ninguém sabe o que é a mente.

    Embora os pesquisadores – em sua maioria – afirmem que a mente “existe”, a sua verdadeira natureza é desconhecida e muito discutida. O campo da filosofia da mente, por exemplo, dedica-se apenas a estudar o que é a mente, como ela pode ser definida, qual a sua relação com o corpo e se, de fato, temos apenas “uma mente por corpo”.

    Existem várias linhas que defendem diferentes origens para a mente, o dualismo, por exemplo, assemelha a mente à alma humana, por motivos óbvios, ateus não concordam muito com esta perspectiva. O behaviorismo (não confundir este com a linha de psicologia de mesmo nome) prega que a mente é o comportamento observável. Já linhas como o funcionalismo assemelha a mente às funções que desempenha não se colocando a questão de definir sua origem e temos ainda as teorias de identidade que assemelham a mente aos processos neuronais.

    Ainda resta a questão de se “temos” uma mente ou se a mente “nos tem”. Esta pergunta é interessantíssima porque deriva da questão ainda em aberto sobre o que surge primeiro: processos mentais ou processos de self. Responder esta pergunta nos deixa a pergunta sobre a origem do “eu”, ou seja, quem você acha que é. Se a mente, por exemplo, precede o “eu”, pode-se pensar, por exemplo, que o “eu” nada mais é do que uma função da mente, ou que o mesmo depende da mente, fato este que poderia tirar um pouco do glamour que atribuímos a nossa auto imagem.

    2. A mente não é uma “coisa”

    Embora falemos da mente como algo concreto, a realidade é muito mais complexa. Mesmo as teorias que identificam a mente com o cérebro não se atrevem a descrever a mente como algo que “existe de fato”, ou seja, é diferente dizer que a mente existe no cérebro e dizer que um pedaço do cérebro é a mente. Se isso fosse possível, poderíamos, por exemplo, retirar a mente de alguém e carregá-la por ai.

    A perspectiva que se tem até o presente momento é de que a mente é um fenômeno de experiência. Não há um pedaço de cérebro responsável por ser a mente, várias áreas, agindo em conjunto asseguram a experiência e a função que chamamos de “mente”. Assim, mesmo que sua natureza possa ter origem em processos cerebrais, ela não se restringe à eles e é percebida de uma maneira distinta dos fenômenos corporais.

    Novamente, fazendo referência ao “eu”, também podemos dizer este, como afirma Clement Rosset, “é apenas mais uma experiência”. Isso significa dizer que, embora o “eu” esteja vinculado à um corpo, ele não é o corpo propriamente dito, mas sim uma experiência que ocorre no corpo, ele serve ao organismo, sente que o possui, mas se trata apenas de uma função do mesmo.

    3. Há um inconsciente além do inconsciente freudiano

    O inconsciente de Freud necessita de uma mente para funcionar pois trata de conteúdos. Estes conteúdos precisam ser criados, em primeiro lugar, e quem cria estes conteúdos é a mente, mesmo que em seus níveis mais rudimentares.

    Há um “inconsciente” que não pressupõe conteúdos mentais, ou seja, aquela atividade que se transforma nas imagens reconhecíveis pela consciência. Esse inconsciente não é acessível à observação interna nem por terapia e nem por nenhuma outra forma, ele é literalmente, algo que vem antes da consciência. Porém, assim como o inconsciente freudiano, ele nos envolve e afeta nossas vidas.

     

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