• 15 de junho de 2016

    Até onde você vai?

    – O meu futuro não parece certo para mim?

    – O seu futuro está incerto ou ele não é certo para você?

    – Hum… acho que a segunda.

    – O que faz com que isso que você imagina como futuro não seja certo pra ti?

    – Bom… não sei dizer…

    – Você sente que merece esse futuro?

    – Também não sei…

     

    O que pensamos sobre nós mesmos se transforma em metas, comportamentos e pensamentos. Tendemos a querer realizar no mundo a imagem que temos de nós mesmos, o problema é que nem sempre esta imagem nos ajuda.

    A auto estima influencia nossa vida. Nosso sucesso no trabalho em conjunto com a qualidade deste sucesso está diretamente ligada a maneira pela qual nossa auto estima está estruturada. Uma boa estrutura nos faz perceber aquilo que desejamos e nos colocar como merecedores disso, enquanto uma mal estruturada pode não nos colocar como merecedores ou nos colocar como “devedores” daquilo que almejamos, ou ainda nos deixar ambíguos frente à isso.

    Quando não nos julgamos merecedores existe uma tendência de afastamento daquilo que queremos. Percebemos nossos sonhos como legais, porém um tanto intangíveis, irrealistas ou ainda “distantes” no tempo. Esta auto percepção, em geral, não mobiliza a pessoa para agir, a tendência é que ela não concretize nada, não se aproxime daquilo que a faria realizar seus sonhos.

    O “devedor” é aquele que realiza, ele alcança aquilo que se coloca como meta, porém o seu problema é em usufruir daquilo. A sensação é de que quanto mais se aproxima, mais está devendo, mais precisa fazer. Há um medo escondido de ser visto como uma fraude. É a pessoa que sabe que é boa em algo, mas não consegue assumir e nem se beneficiar disso, ela não aproveita porque teme, ao fazer isso, mostrar-se o oposto disso. É uma sensação complexa que mostra uma auto estima baseada em ser amado pelo desempenho, assim, sempre que se aproxima de um sonho ou o sabota ou coloca mais carga para continuar desempenhando.

    A ambiguidade é uma das mais dramáticas das situações porque a pessoa entra em contato com o seu sonho, começa a construir e depois para. Ela não se decide entre ir de verdade e não ir. O que lhe falta é a confiança para continuar com seus sonhos. Talvez ela até se perceba merecedora, mas não se sente confiante na capacidade para construir. É o famoso “medo de não dar certo”, que, na verdade, é apenas uma desculpa para não assumir a responsabilidade em construir algo.

    Vamos até onde nos permitimos ir, ou o mundo mostra os limites. Esta é uma crença que carrego comigo e me deixa a vontade para ousar e, ao mesmo tempo, humilde frente ao real. Descobrir o limite real é algo muito bom, porque lhe deixa a impressão nítida de que simplesmente algo não é para ser. Os limites irreais, por assim dizer, são turbulentos porque permitimos que eles nos limites, porém, sabemos que é só a nossa permissão que os tornam limites.

    Abraço

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