– Eu estou muito confusa, não sei direito o que pensar.
– Confusão é bom, quais os pensamentos que estão na sua mente?
– Nossa, tem tanta coisa.
– Me conte sobre elas.
– Fico pensando que eu poderia estar fazendo outra coisa da vida, depois penso que eu tenho que ficar onde eu estou, daí vem umas coisas nada a ver como compre roupas novas, e fico me sentindo meio inútil.
– Entendo, vamos tentar ver o que há em cada um desses pensamentos agora.
– Mas isso vai dar um trabalho enorme
– Vai.
A confusão, ao contrário do que pensamos, é uma sensação importante, pois revela um momento peculiar: de mudanças e organização. Como lidar com a confusão?
Estar confuso nada mais é do estar reavaliando (de maneira consciente ou não) critérios, valores e padrões de comportamento que a pessoa tinha como certos ao longo do tempo, mas que, por algum motivo, se tornam questionáveis.
O problema é que isso abala nossa convicções e até mesmo nossa identidade. A confusão representa um estado em que a energia sai do movimento e volta para o planejamento, em outras palavras: é difícil agir quando estamos confusos porque não temos nosso norte bem estabelecido.
Daí que a maior parte das pessoas comete o erro de querer acabar com a confusão e resolver logo o que quer. A confusão na maior parte das vezes não pode ser resolvida logo, precisa ser resolvida com qualidade. Rapidez nem sempre é a melhor resposta, quando estamos revendo nossos critérios, o melhor a fazer é não se apressar.
Pode-se tomar tudo o que está vindo na mente e anotar. A confusão é como arrumar um quarto: primeiro colocamos tudo no chão e em cima da cama, fazemos mais bagunça, para depois reorganizar e guardar nos armários. Em geral, a confusão traz um ou dois temas centrais, os pensamentos que nos aparecem são representações desses temas. Você só encontra o tema se permitindo ficar confuso.
Se você precisa agir no momento de confusão, em geral, é bom agir com cautela ou simplesmente seguir o que você fazia antes de estar confuso. Muitas vezes, inclusive, isso nos ajuda a perceber de maneira mais clara o que queremos mudar, aquilo que ainda serve e o que não serve mais. Esta é a função da confusão: nos colocar para raciocinar sobre o que achávamos certo para que possamos nos estruturar novamente de maneira mais íntegra.