• 6 de março de 2017

    A importância do foco

    O que eu faço Akim?

    – Quando você pergunta isso, está focando no que?

    – Como assim?

    – Quando você me pergunta o que fazer, qual o problema que quer resolver?

    – Hum… eu acho que eu não quero mais que ela grite comigo!

    – Entendi, e se fosse focar em outra coisa, no que poderia focar?

    – Hum… não sei… na minha reação talvez?

    – Ótimo, no que mais pode focar?

     

    A maneira de olhar nossos problemas diz muito sobre quem somos e como olhamos a vida. Muitas vezes resolvemos problemas apenas olhando para outro aspecto da situação ao qual nunca nos atentamos.

    Esta situação é muito comum quando recebo pais super protetores. Eles me perguntam o que devem fazer com o filho e eu respondo que não devem fazer nada. Essa resposta cria um imenso buraco na mente deles que retrucam: “então não devo me preocupar com meu filho?”. Respondo que “não, mas isso é problema dele, deixe-o resolver”. A possibilidade de deixar o outro com seus problemas é o que não passa na mente desses pais, paradoxalmente, aí está a solução.

    Em minha prática clinica ocorre a mesma coisa. Quando me pego sem conseguir entender ou ajudar adequadamente um cliente, imediatamente questiono minha perspectiva sobre ele. No momento em que a terapia emperra, busco verificar se minha percepção sobre o problema, a pessoa ou o que ela quer com a terapia não está inadequada. Revisar este foco é fundamental quando isso acontece.

    É difícil percebermos qual o nosso foco mais usado porque fazemos isso de maneira automática. Porém, não é difícil nos lembrarmos das pessoas que nos ajudaram. Em geral, elas nos dizem coisas que nunca pensamos ou apontam para soluções que não imaginamos. Porque? Porque olham o problema de uma ótica diferente. Assim, um exercício muito simples e interessante é se perguntar: como Beltrano pensaria? Ao que ele atentaria? Quais comportamentos ele teria que eu não me permito ou não penso?

    Esse exercício é ótimo porque nos ajuda a ver nossa própria vida sob perspectiva. Isso é importante. Uma outra forma de realizar o mesmo exercício é pensar em sua infância ou adolescência. Pense em um problema que você tinha e que hoje solucionou. O que te ajudou a solucionar isso? Como você passou a enxergar o mundo e seus problemas para resolver a situação?

    De posse dessas informações, volte à sua infância e se pergunte como você encarava aquele problema ou situação antes. É muito provável que você ainda use o mesmo raciocínio para muitas situações. Assim sendo, volte para o presente e tente verificar se você está, agora, usando o mesmo raciocínio que usava quando pequeno para resolver as situações. Se sim, tente fazer, agora, aquilo que fez antes em sua vida para mudar as situações que lhe incomodaram quando pequeno. O foco determina o problema e a solução. Se sua solução está difícil, tente mudar o foco.

     

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