– Essa semana foi horrível…
– O que teve de horrível na sua semana?
– Ah… uma montanha russa de emoções.
– Sentiu muitas emoções é?
– Sim.
– Viveu muitas coisas então?
– Sim… muitas.
– E porque isso é “horrível”?
– É… pensando bem… não é horrível… mas é que eu não estou acostumado a sentir tantas coisas assim.
Muitas pessoas temem as emoções. Acreditam que sentir determinada emoção, por si só é algo problemático. Isso se deu devido à uma extensa propaganda que associou as emoções com problemas. Além disso as pessoas também vem de família que tem culturas pessoais sobre as emoções que são problemáticas e não as ajudam a lidar com as emoções. Porém, as emoção não são um problema.
O problema, como sempre digo aos meus clientes, reside na resposta que damos à emoção. Atualmente nenhuma pessoa que pesquisa as emoções de forma séria dirá que a emoção, em si é um problema. Raiva, inveja, tristeza, ou medo simplesmente são reações que nos informam sobre o que ocorre conosco. As emoções também preparam nosso corpo para reagir diante das situações. É nesta reação que podem residir problemas.
Uma reação emocional pode ser qualquer coisa desde um pensamento até um ato concreto como dar um limite ou sair correndo de uma situação. Esta reação é que vai nos ajudar (ou prejudicar) a resolver a situação que causa a emoção. Portanto, o que quero dizer é que as emoção não servem para ser resolvidas. Não é necessário fazer nada com a emoção e sim com a situação que a causa. A emoção é uma consequência da situação e não o contrário. Vale lembrar que a situação pode ser interna também, como cadeias de pensamentos que nos geram medo ou raiva.
Assim sendo, quando refletimos sobre a resposta a pergunta é: de que maneira reagir dessa forma me ajuda na resolução da situação que causa a emoção? Em muitos casos vemos que as respostas, na verdade, aumentam o problema ao invés de diminuí-lo. Qual o resultado? A emoção aumenta. Claro, pois se as emoções são oriundas de situações, se dou uma resposta que aumenta a situação, a tendência é que a emoção também se intensifique.
Assim sendo, buscamos por respostas que ajudem as nossas emoções a (1) baixarem a intensidade, (2) modificarem seu estado atual (quando a resposta à situação muda a emoção original, do medo para o orgulho da conquista, por exemplo), (3) nos tranquilizarem a respeito da emoção sentida (este é o caso de pessoas que se sentem mal em sentir alguma emoção, neste caso a presença da emoção é uma situação que gera outra emoção e a pessoa precisa aprender a simplesmente sentir o que está sentindo. Outro caso é quando não é possível fazer nada em relação à situação – como na morte – e é preciso simplesmente sentir).
Então, quando afirmo que as emoções não são um problema, isso se deve pelo fato de que as resposta que damos às situações que geram emoções é que são realmente relevantes do ponto de vista terapêutico e prático. Assim sendo, uma emoção pode “se tornar um problema”, quando me privo dela. Por exemplo: a cultura da auto ajuda baniu o sentimento de culpa. Muitas pessoas que deveriam sentir essa emoção como forma de evoluir em suas vidas, não o fazem e, então, sentir a culpa, se torna a situação que gera nelas outra emoção: medo. Sempre que você temer sua emoção, lembre-se de ver o que motiva ela a estar lá.