– E não tenho feito as mudanças que eu quero sabe?
– Sim, sei sim.
– Pois é, o que eu faço?
– Vamos analisar? O que você faz quando começa a pensar em uma mudança?
– Bem, eu imagino o que vai acontecer?
– Hum… sim, tá… mas de que forma você pensa isso?
– Ai que difícil… bem… eu não sei ao certo… mas é geralmente quando penso nas dificuldades que vou ter que superar.
– Exato… você sempre pensa nelas e no que não vai dar certo, não é mesmo?
– Sim, por aí.
– Como você reage à isso?
– Eu começo a ficar com preguiça ou meio com medo.
– Preguiça e medo são respostas boas para se motivar à fazer algo?
– Não né… que droga!
– Pois é
Muitas pessoas me fazem essa pergunta. Para muitos a resposta é a mesma: falta de atitude.
Mas, o que significa, exatamente, falta de atitude?
Podemos entender por “atitude” a forma pela qual a pessoa usa seus recursos mentais, emocionais e comportamentais para gerar em si mudanças. Dependendo da maneira pela qual ela usa as suas virtudes poderá gerar em si motivação ou medo e essas emoções são determinantes fundamentais sobre a mudança – ou não – da pessoa. Assim sendo, qual a atitude correta para gerar mudança?
Obviamente não existe uma regra específica, mas sim regras individuais. A maior parte das pessoas possui um padrão motivacional que as direciona ou para a preguiça ou para a motivação. Cabe à cada um aprender a perceber como faz para se motivar: de que forma a pessoa pensa quando realiza algo? E como faz quando fica “se enrolando”? Como a pessoa se comporta? O que diz à si mesma nessas situações? Aprender a perceber isso ajudará você a saber como iniciar o seu processo de mudança.
De uma forma geral – para dar dicas – as pessoas se motivam quando se colocam de forma pró-ativa em seus objetivos. Ou seja, enquanto você tenta explicar o problema, justificar o problema ou culpabilizar/responsabilizar terceiros você não irá entrar em estado de pró-atividade e a sua mudança, provavelmente vai demorar. Porque disso? Simples: enquanto a pessoa não se responsabiliza ela não age e mudanças pressupõe ações.
Outro fator fundamental é ter um objetivo bem definido. Obviamente é mais interessante correr atrás de um objetivo que está claro e conciso do que de algo que não sabemos ao certo o que é. Quanto mais preciso, claro e convincente for a sua meta, melhor. Em outro post eu descrevi alguns pontos importantes para a criação de objetivos, sugiro ao leitor que faça a leitura.
Um dos fatores fundamentais do objetivo é o seguinte: o futuro deve ser melhor do que o presente. Parece óbvio, mas muitas pessoas quando pensam em suas metas veem apenas os problemas que terão e não os benefícios que vão adquirir. Se você pensa apenas nos problemas é difícil de se motivar. É como ir para a academia num dia frio: a pessoa sai motivada quando pensa nos benefícios que vai adquiri, e ficar pensando apenas no frio que vai enfrentar fica na cama. Aprender a olhar para o que queremos atingir com nossos objetivos nos ajuda a criar a disposição para mudar.
É altamente empolgante pensar em algo que queremos ou precisamos e podemos conseguir! Outro fator é a crença na mudança. Muitas pessoas emperram aqui. Não dão crédito à ideia de que conseguirão mudar, de que a mudança irá trazer-lhes benefícios e que eles conseguirão dar conta disso. Assim eles até conseguem imaginar um futuro melhor, mas este futuro não lhes parece real e eles acabam ficando com o que já tem, temerosos de perder.
Assim a “falta de atitude” é a falta destes elementos na forma pela qual a pessoa encara o desafio, a mudança que se coloca em à sua frente. Se você tem este problema, imagine o seguinte: pense na sua mudança da sua forma habitual. Agora imagine novamente o futuro e quero que pense somete na “parte boa” dele, diga-se que este futuro é possível que você pode conseguir porque já conseguiu realizar outras metas antes – e quem nunca conseguiu? – imagine-se de maneira ativa na execução desta mudança conseguindo atingir os benefícios da mudança. Agora compare esta sensação com a anterior. Qual lhe deu mais motivação?
Atenção: é possível que você, ao fazer isso, tenha tido mais medo. Neste caso consulte um psicólogo de sua confiança. O aumento do medo se dá – em geral – porque você ainda não possui – ou acha que não – algumas competências para lidar com as mudanças que a sua mudança vai trazer: alguém que quer terminar uma relação, mas não consegue lidar com a raiva do outro ou não consegue ver o outro sofrer tenderá a se afastar do seu desejo, por exemplo. Afinal para todos os elementos da boa motivação que citei aqui podem existir pequenos entraves emocionais que um profissional poderá resolver.
Abraço
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