• 20 de setembro de 2013

    Justificativas

    – Daí tive que ficar falando sobre o que eu fiz entende?
    – Sim.
    – Eu não aguento mais isso.
    – Porque o faz então?
    – Porque tem que né?
    – Tem?
    (silêncio)
    – Você acha que eu não tenho?
    – Me diga você, porque crê que deve explicações para as pessoas?
    – Não sei…
    – Será que você ainda precisa justificar tudo o que faz? Em que papel isso te coloca?
    – Naquele que eu detesto né?
    – Pois é…
    – Preciso mudar isso Akim… não posso passar a vida tendo que justificar cada passo que dou! Isso não é vida!
    – Eu concordo com você, fica complicado não é mesmo?
    – Sim…
    – Qual o primeiro passo?
    – Parar de temer… eu justifico porque eu mesmo tenho medo, receio… tipo… não acredito plenamente no que eu faço… Acho que quando eu confiar 100% eu não vou mais precisar dar justificativas… vai mudar o meu jeito de pensar.
    – Perfeito, vamos lá então!

    Você já precisou se justificar? Justificar é dar um valor à um dado comportamento ou pensamento, validar a sua existência.
    Quando precisamos fazer isso significa que o comportamento em si possui uma dúvida latente, ou seja, é possível de ter sido equivocado, feito de má fé ou então significar algo danoso.

    Como se lida com isso?

    No caso que mostrei acima, por exemplo, temos que a própria pessoa não tem confiança plena em seus comportamentos e, por isso, sente-se – ela mesma – culpada ou arrependida ou até mesmo insegura com relação ao que fez. Este é um dos casos mais comuns no qual a pessoa não gosta, porém sente-se compelida à justificar seus atos e quando é cobrada piora a situação.
    O problema é que a sensação de culpa acaba sendo vista pelas pessoas com quem ela se relaciona e nós seres humanos geralmente percebemos e julgamos o comportamento do outro com base nisso. Assim sendo é muito fácil uma pessoa fazer algo certo e ser julgada como se tivesse feito algo de errado. Obviamente isso causa arrependimentos e indignação!

    A questão central parece ser aprender a avaliar de forma própria o seu comportamento. Para isso é necessária uma boa auto-percepção, um conjunto de valores próprios bem organizados, a competência para defender estes valores e uma boa dose de auto-aceitação. Tudo isso cria na pessoa um “mix” para poder avaliar o seu comportamento com base em seus próprios valores, desejos e metas. Obviamente a pessoa consegue fazer a avaliação com base nos parâmetros de outras pessoas, porém a diferença é que ela sabe que são de outra pessoa e pode optar de forma consciente – por escolha – a usá-los ou não.

    O contrário envolve uma confusão entre os valores próprios e os valores de terceiros, nos quais a pessoa tenta – sempre sem sucesso – agradar à gregos e troianos, buscando satisfazer os seus desejos e os do outro ao mesmo tempo, fatalmente não conseguirá e irá sentir-se culpada ou “esquisita com ela própria” quase que sempre: de um lado por fazer o que devia fazer, porém não ter agradado o outro e, de outro lado, ao ter agradado ao outro, porém ao preço da sua própria felicidade e satisfação. Em algumas situações isso não causará danos maiores, porém como a atitude se repete ao longo do tempo, fatalmente trará problemas.

    Abraço
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