• 24 de janeiro de 2014

    Vazios

    – Cara, eu estou assim… minha cabeça não consegue pensar!

    – Ah é?

    – Sim, sabe, tem um desejo de fazer algo, mas não sei o que, ela não funciona.

    – Entendi. Algo como um “vazio”?

    – Isso… sabe, tem a pressão de alguma coisa, mas não tem forma entende?

    – Hum… angustiante não é?

    – Ôoo!

    – Bem e se você parasse de tentar forçar uma forma em cima dessa pressão interna e simplesmente deixasse ela sair.

    – Como assim?

    – Fale mais do vazio, sem precisar dar forma à ele.

    Muitas vezes estamos “sem ideias”. Escritores, artistas e pessoas que lidam com criatividade sabem que uma das piores coisas à fazer neste momento é forçar a mente a produzir. Já não tem nada lá, o que poderá sair?

    Podemos entender estes momentos se pensarmos neles como etapas de um processo de mudança. Durante estes processos existe aquele momento em que abandonamos a forma antiga, mas a nova ainda não está plenamente formada. Este momento é aquele no qual existe a tal pressão que o meu cliente se referiu, uma pressão sem forma e é sem forma justamente porque a forma ainda está sendo elaborada.

    Neste processo de criação da nova forma elementos emocionais e psicológicos assim como os objetivos e competências da pessoa entram em cena para gerar uma nova direção para o pensamento da pessoa. Muitas vezes precisamos abandonar uma forma de perceber a vida para dar lugar à uma nova forma. Então as ideias não conseguem surgir porque elas não tem uma linha de raciocínio para serem elaboradas. É como se o time estivesse trocando de técnico, até o novo assumir o time fica sem saber qual será a sua estratégia de jogo.

    Se a pessoa luta contra este momento buscando desesperadamente qualquer coisa para se apegar ela poderá estar passando por cima de detalhes importantes para o seu crescimento. Se ela deixa o processo muito largado ela também poderá perder isso, por negligência. A ideia é aprender a suportar o processo angustiante e paradoxal de acordar um dia cheio de ideias e duas horas depois nenhuma delas fazerem sentido, estar cheio de motivação num momento e no outro querer que o mundo acabe em barranco para morrer encostado. Quando a pessoa consegue suportar esta montanha russa emocional ela pode perceber o que realmente está sendo importante para ela no momento e, om isso, determinar ou perceber o rumo que deverá seguir na próxima fase de sua evolução pessoal.

    Abraço

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