• 31 de janeiro de 2014

    A felicidade se foi

    – Pois então Akim, isto foi o que decidi.

    – Entendo.

    – Prefiro escolher não me incomodar com tudo isso do que enfrentar esta situação.

    – Sim, estou vendo.

    – É… eu sei que me faria bem continuar, mas pra que?

    – Pra que, de fato?

    – Não sei… prefiro não me incomodar com isso. Além do que nessa altura do campeonato… pra que?

    – Vai desistir então?

    – Sim, vou parar tudo e não vou mais pensar no assunto. Já abri mão de tanta coisa na minha vida, posso abrir mão de novo.

    Esta sessão me fez parar para pensar muito sobre a vida e as escolhas que fazemos.

    Quantas vezes escolhemos o caminho mais fácil e deixamos de lado a felicidade que estava logo ali, atrás de um pouco de esforço? Quantas vezes vivemos os meses, os anos em um desespero silencioso que nos encontra à noite quando encostamos a cabeça no travesseiro? Quantas vezes repetimos a mesma escolha fadada ao fracasso novamente e novamente?

    Muitas pessoas me criticam quando falo sobre planos, desejo e felicidade. “A pessoa pode não conseguir aquilo que quer, e aí?”, “a sociedade de consumo atual não dá os meios de todos terem aquilo que querem, e aí?” Talvez soe um tanto piegas, porém minha resposta sempre tem sido: o que importa não é aonde chegamos, mas como viajamos. Não conseguir não é o problema, o problema é nunca ter tentado.

    Por isso entendo, hoje, que a felicidade morre quando a pessoa pára de buscá-la. A felicidade, a auto estima, o bem estar, a paz interior… o que são? Nada senão ideias… ideias que falam sobre uma experiência, algo que vivemos dentro de nossas peles. E para viver é preciso o movimento, a ação, sem ela, nada existe, nem a felicidade, nem a auto estima, nem o bem estar ou a paz interior… não podemos trocar palavras por atos, não podemos trocar ideias por experiência.

    Algumas vezes, no entanto, precisamos parar para nos recuperar e seguir em frente mais tarde. Existem momentos em que a dor ou o choque são muito fortes e precisamos de um retiro. A sensação pode até ser de desistência, mas algo em nós ainda deseja o futuro. Espero, sinceramente, que este seja o caso desta pessoa.

    Abraço

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