• 10 de fevereiro de 2014

    O incômodo da mudança

    – Eu estou me sentindo meio estranha sabe?

    – Como assim “estranha”?

    – Tem dias que eu acordo mais tranquila, tem dias que eu acordo mais chateada com as mudanças que estou fazendo.

    – Sei, o que mais?

    – Mais confiante, menos confiante. Na verdade… parece que a coisa ainda não está 100% sabe?

    – Sei. E ela está 100%?

    – Acho que não mesmo.

    – Pois é, não é para estar ainda… 

    – Não?

    – Não… que tal, ao invés de pensar em estar 100% você pudesse perceber a mudança que está fazendo e viver os detalhes, para perceber o que realmente quer fazer e o que não quer?

    – Pode ser… mas e estes altos e baixos?

    – O que você acha?

    – Eu estou pensando que se eu não estou 100% mudada não posso estar sem eles mesmo… é errado isso?

    – Não, pelo contrário. É natural a pessoa sentir isso quando está mudando, afinal você saiu de uma forma antiga de agir, mas a nova ainda não está completamente formada não é mesmo?

    – É bem isso. 

    – Fique tranquila e vamos conversando sobre essas sensações que você tem, elas são bem importantes.

    – Ok.

     

    Muitas pessoas quando iniciam o processo de mudança ficam “piores” do que antes. Porque isso acontece?

    Simples: mesmo quando as pessoas não estão bem elas estão num processo conhecido e estruturado. É como se ela dissesse que é ruim, mas é conhecido o que dá uma certa “segurança” à ela de quem é, do que fazer e como agir.

    Quando o processo de mudança se inicia esta “segurança” é rompida e a pessoa se coloca num terreno novo o qual ela não domina completamente. Daí as oscilações que a cliente acima descreveu: ora mais, ora menos confiante. Esta oscilação demonstra exatamente este momento de ajuste à uma nova forma de agir, pensar e sentir à si e ao mundo.

    Isto faz parte do processo de aprendizagem, é o que se chama de “incompetência consciente”, em outras palavras, a pessoa sabe que não sabe. Por esta razão em alguns momentos – nos quais ela tem um insigth ou um bom resultado – a confiança aumenta; nos outros quando não tem um bom resultado ou titubeia, ela diminui a confiança.

    Porém, suportar esta oscilação emocional é fundamental para continuar o processo de mudança e solidificar novos aprendizados. Quando a pessoa suporta, ela pensa sobre o que está sentindo, reflete sobre o que fez, como fez e os resultados que teve e reafirma para si aquilo que deseja. Com esta atitude a oscilação é mais facilmente suportada do que quando a pessoas se desespera por um resultado negativo qualquer.

    Toda mudança traz incomodo, alguns maiores outros menores, mas é sempre uma passagem de um estado para outro e, por isso, gera incômodo. Ao aprender mais com a experiência daquilo que está fazendo a pessoa torna-se mais confiante e mais propícia a lidar com resultados negativos de uma maneira mais adulta: refletindo sobre o resultado e buscando um novo resultado na próxima vez ao invés de auto punição ou medo de um novo resultado negativo.

    Abraço

    Visite nosso site: www.akimpsicologo.com.br

    Comentários
    Compartilhe: