– Porque eu faço isso desse jeito?
– Ao invés de perguntar “porque”, me diga “para que”, qual a finalidade disso que você faz?
– Não sei direito… acho que é importante fazer isso porque me sinto seguro ao fazer isso.
– Ah entendi, quando você faz isso sente-se seguro e quando não faz sente-se inseguro é isso?
– Sim.
– Ótimo, perfeito. O que estes procedimentos que você faz geram como resultado que lhe dá a segurança que você tanto aprecia?
– Hum… depois que faço isso eu percebo a casa limpa, o cheiro da louça limpa e do chão eu me sinto seguro.
– Perfeito. A segurança que você sente tem a ver com estes detalhes, ótimo!
– Mas é meio bobo isso não é?
– O que?
– Eu me sentir seguro com isso.
– Não cabe à mim julgar isso, mas me diga, esses sinais são os único que podem ajudar você a se sentir seguro? Ou seja, já teve alguma situação em que a sua casa não estava desse jeito e você sentiu-se seguro?
– Sim.
– Ótimo, então é possível ter a casa desarrumada e sentir-se seguro?
– Sim.
– Perfeito, o que eu te pergunto então é que outros sinais você pode ter para sentir-se seguro?
– Acho que mais importante do que a casa é se eu estou em dia com os meus negócios e com o meu estudo.
– Perfeito, então como seria associar estes dois elementos à mais além dos que você já usa?
– Eu ficaria ainda mais flexível eu acho.
– Perfeito!
Todos temos elementos que são importantes em nossas vidas. Referenciais que nos dizem se somos bons, ruins, se estamos bonitos, se a nossa casa está arrumada, se nossa relação está boa. Todos estes referenciais falam à respeito de algo que é importante para nós, assim sendo, se percebo um cheiro de lavanda em minha casa e vejo o chão sem nenhuma sujeira entendo que a minha casa está limpa e “casa limpa” é algo de importante valor para mim, pois me diz que sou uma pessoa asseada e confiável.
Esta conexão “cheiro de lavanda” = casa limpa = pessoa asseada é o que chamamos de “equivalência”, ou seja, algo que tem o mesmo valor de outra coisa sendo que esta “coisa” não tem relação específica direta. O que o cheiro de lavanda tem a ver com confiança, por exemplo? Nada, a não ser a associação que criamos. Todos nós temos essas associações e elas nos ajudam a organizar o nosso mundo, o problema é que, por vezes estas associações podem ser limitantes demais ou frouxas demais.
Por isso é importante refletir sobre estas associações. Começamos isso nos perguntando para que queremos o que queremos, ou, para que um determinado procedimento é importante. Por exemplo, para que as coisas “tem que ser” desse jeito? Qual a finalidade? Depois que compreendemos qual a finalidade é importante sabermos como percebemos que estamos atingindo isso. O “cheiro de lavanda”, por exemplo, é uma referência. Sabendo dessas referências podemos nos perguntar se não existem outras referências ou se o resultado que esperamos da referência (no caso do cheiro de lavanda, o status de pessoa confiável) não pode ser atingido de outras formas, ou até, se a referência que temos é adequada (novamente: o que cheiro de lavanda tem a ver com confiança?)
Quando nos perguntamos isso aprendemos a flexibilizar alguns conceitos que temos sobre nós e sobre nossa rotina. Além disso podemos chegar até à nos perguntar sobre nossos valores, mas isso é outra história…
Abraço
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