- Akim…
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O que?
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Eu fiz…
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Fez? O que?
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A sua tarefa… você me pediu para ir e fazer lembra?
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Sim…
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Eu fui e fiz!
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E o que você resolveu fazer?
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Sexta na hora do almoço eu comi e voltei para o escritório. Escrevi tudo o que eu ia fazer o final de semana, cada atividade, cada hora sabe?
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Perfeito
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E aí eu fiz… e foi sensacional… foi maravilhoso.
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Ótimo, me conte mais!
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Eu me libertei sabe? Fui fazendo tudo aquilo que eu tinha planejado, sobrou tempo e pude fazer outras coisas e o principal: não tive tempo para ficar me fazendo de coitado!
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Perfeito!! Muito bom!!
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Sim, ótimo mesmo!!
Qual a maneira mais forte de desafiar uma crença limitante, uma identificação errônea ou um preconceito?
Com a ação.
Muitas pessoas procuram terapia achando que o que vão encontrar é uma reposta para uma dúvida existencial que possuem. Não que isso seja errado de pensar, porém a terapia procura, em geral, algo muito mais importante do que apenas uma resposta para dúvidas. Entendo que um processo enriquecedor de terapia, de desenvolvimento pessoal ocorre quando passamos a agir de uma maneira nova, mais rica e mais saudável que a anterior.
É incrível, também, a quantidade de pessoas que “emperram” neste exato momento da terapia. Porque isso ocorre? É muito comum que ao longo do processo a pessoa se dê conta de muitas coisas, perceba uma outra quantidade delas de modo que “o que fazer” começa a se tornar cada vez mais óbvio para ela, as dúvidas começam a desaparecer. Chega um momento no qual não resta muito à ser dito, na verdade, em alguns casos não resta mais nada a ser dito. Então a única coisa que é necessária – talvez até possível – é o novo ato.
O ato funciona como uma assinatura. A partir do momento em que você teve um ato novo sua vida muda para sempre. Você pode até escolher – espero que não – nunca mais tentar algo novo, porém existirá, para sempre um registro de algo que foi feito por você, de algo que mudou em sua experiência. Você terá para sempre o registro de uma nova maneira de agir e que estará disponível para você usar quando quiser. Por este motivo o ato é algo tão forte e o mesmo motivo pelo qual muitas pessoas não o assumem.
Agir significa assinar, assinar significa se comprometer, ir para o jogo, ir para a luta e isso é a afirmação de nossa auto expressão. Não importa o resultado, o ato é o que importa justamente pelo motivo de marcar esta afirmação voluntariosa de quem se é – ou de quem está se tornando ou até mesmo de quem não se é mais. Por ato, não entendo apenas um ato externo, ou seja, um comportamento como dizer não para alguém ou sair de casa e tentar a vida sozinho, o ato envolve, também aqueles pensamentos que aprendemos a deixar de lado, as lágrimas que permitimos escorrer e as emoções que decidimos enfrentar.
Meus clientes relatam algo sempre assim: “agora estou mais realizado”. Realizado é uma palavra forte que tem a ver com esta sensação de tornar-se real. Quando uma lágrima escorre, uma emoção torna-se real, quando aprendemos a deixar de lado um pensamento é porque outro pensamento e um conjunto de atitudes emocionais estão recebendo a devida atenção e quando nos deparamos com nossas emoções é porque decidimos ouvir a sua mensagem.
Muitas vezes isso é só o começo e estas atitudes vão se tornar a força motriz para comportamentos reais na vida como falar com alguém, dizer um adeus, começar a trabalhar, fazer exercícios, deixar de fumar. De um jeito ou de outro quando assume-se um comportamento a pessoa estará, para sempre, com uma – pelo menos uma – referência de que uma nova vida é possível. Muitas vezes, tudo o que precisamos é de um – somente um – momento que mostre que a vida pode ser diferente. Agir é algo que sempre garante isso.
Abraço
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