• 19 de novembro de 2014

    Como mudo?

    Percebendo-usuários-aspectos-cognitivos

    • Mas não deu certo! Não consegui criar a motivação como fizemos aqui.

    – O que você fez?

    • Bem, eu peguei e comecei a imaginar os problemas.

    • Ah é?

    • É.

    • Hum… e o que fizemos aqui foi isso?

    • Hum… putz…

    • O que fizemos?

    • Eu tinha que pensar no que vou ganhar… isso era para usar com os problemas… confundi…

     

     

    Mudança. Muitas pessoas buscam isso em terapia, mas, embora tenham uma boa noção de seus problemas, não sabem exatamente como efetuar as mudanças que desejam.

    Ocorre que compreender um problema e mudar são duas coisas distintas e que exigem um repertório distinto. Compreender não significa mudar, talvez esse seja o primeiro ponto importante a ser colocado. A compreensão do problema exige uma reflexão, percepção e coleta de dados com os quais a pessoa poderá criar um modelo explicativo do problema para si. O mesmo vale para solução: pensar na solução significa elaborar os passos que irão ajudar a pessoa a conseguir novos resultados.

    A mudança propriamente dita se inicia quando os planos passam a ser atitudes da pessoa. Diz um ditado que contra atos não há argumentos e isso faz muito sentido em terapia, pois quando a pessoa estrutura uma nova maneira de ser no mundo e passa a obter resultados distintos, tendo como repercussão uma nova percepção de si, o que vamos argumentar contra? Desta maneira poderíamos dizer que nem sequer é necessário compreender o que se faz para gerar uma mudança, bastaria, para isso, ter novas atitudes que gerem novos resultados.

    Muito embora isso seja verdadeiro e muitos terapeutas afirmem que nem sempre a pessoa precisa estar sequer consciente da mudança a nossa sociedade “gosta” de explicações e detalhamentos, de maneira que mudar, culturalmente, tem envolvido a noção de compreender o problema.

    Dentro deste paradigma, perceber o que se faz é um dos caminhos para se compreender o problema. A percepção dos comportamentos que temos, dos pensamentos e das emoções é parte fundamental para compreender o problema. Perceber é coletar os dados. Para fazer isso é importante compreender que inicialmente qualquer informação pode ser útil, afinal de contas ainda não se sabe exatamente o que se está tratando, então qualquer dado pode ajudar. Perceber é o que dará os dados com os quais se vai montar o modelo explicativo daquilo que ocorre com a pessoa. A partir disso pode-se passar à segunda fase.

    Nela a pergunta é: o que se deseja? O que queremos? Compreender o problema é determinar o estado atual da situação, saber o que se deseja é criar o estado que se deseja alcançar. Aqui a pessoa precisa aprender a desenvolver um direcionamento para a sua vida, a ter claro quais as suas metas e desejo para, com isso aprender a se direcionar.

    O terceiro momento é fazer a transição entre o estado atual e o desejado. Neste momento é que vamos ver as dificuldades que deverão ser superadas, aquilo que precisará ser mudado, a ecologia da mudança e vários detalhes para que a pessoa “faça” a mudança de fato. Isso pode ser desde a aquisição de novos comportamentos até uma mudança de atitude ou da maneira pela qual a pessoa se percebe ou percebe o mundo. Aqui vamos ver se a pessoa muda por necessidade, muda pela possibilidade de novos desafios ou apenas pelo fato de viver algo novo.

    Quando todos estes detalhes estão plenamente organizados a mudança começa a ocorrer de “maneira natural”, ou seja, o esforço envolvido passa a diminuir ao longo do tempo. Em alguns casos a pessoa nem sente muito esforço ou esforço algum.

    Abraço

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