– E aí Akim, depois que o médico me falou que era para eu me cuidar porque eu já não tinha mais quinze anos que caiu a ficha.
– Que ficha?
– De que o tempo passou, a vida passou.
– Sim e ainda está passando não é mesmo?
– É verdade. Eu me dei conta de uma porção de coisas que eu não deveria ter feito e que eu fiz, é tanta coisa que volta na minha memória.
– Sim.
– Coisas de relacionamentos, escolhas que deixei de fazer, lugares que não visitei.
– Perfeito, é isso mesmo. A grande questão para você agora é: o que ainda pode ser feito? Para com que daqui a uns 5 anos você não olhe para hoje e sinta esses mesmos arrependimentos.
– Hum, boa pergunta essa vou pensar.
– Não pense muito, aja.
Vendo episódios do “Arquivo X” vi a agente Dana Scully passando por um câncer em fase quase terminal e pensei comigo: “deve ser difícil saber que vai morrer logo”. Logo após este pensamento um outro me veio como um tapa com luva de pelica: “você não sabe que vai morrer”?
O tempo passa para todos nós a questão é como será vivido esse tempo aqui. Alguns caminham para o futuro de costas, olhando apenas para o passado que ficou para trás. Outros estão tão vidrados nos futuro que esquecem de aproveitar as pequenas alegrias do presente e alguns vivem tão presos no presente que não refletem sobre o que já fizeram e nem para onde desejam ir.
O cliente do exemplo estava sempre olhando para trás, se dava conta de que a vida passou quando perdia algo que já possuía – no caso a saúde – ou quando percebia que poderia ter feito algo para evitar um problema. Para esse cliente aprender a olhar para o futuro e viver o presente mais intensamente são processos fundamentais.
Outras pessoas vivem tão presas ao presente que repetem comportamentos obsoletos e que não lhes acrescentam em nada. Aprender a olhar para trás e retirar “evidências” das outras vezes que o mesmo comportamento não foi útil e planejar um futuro que valha a pena construir são partes da evolução dessas pessoas.
Já aqueles que vivem tão focados no futuro que o presente e o passado são apenas sombras. Vale a pena abrir mão de qualquer coisa para “chegar lá”. O presente é onde o “chegar lá” é vivido, quem não sabe aproveitar o agora não consegue nunca chegar lá, fica correndo atrás do próprio rabo para sempre. Aprender a desfrutar o “aqui-agora” e se permitir lembrar do passado para aprender com ele, orgulhar-se do que já fez são fundamentais no processo.
Abraço
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