- Mas sabe o que é Akim, não tem como eu saber o que vai acontecer!
-
Eu entendo. E nesta situação, do jeito que você está me colocando, parece difícil mesmo.
-
Pois é!
-
Mas a pergunta frente à isso é como você vai lidar com a improbabilidade?
-
Eu não sei… eu fico ansioso sempre, sabe?
-
Sei sim… é complicado isso.
-
É…
-
Porém, para que você precisa ficar ansioso com o que não sabe que vai ocorrer?
-
Puxa, porque não ficar?
-
Porque ficar? O que te impede de aproveitar este momento?
-
Hum… não sei… acho que nada direito…
Nossa sociedade é organizada em torno da ideia de que é possível organizar o universo, de torná-lo compreensível e controlá-lo. Mas e se não fosse exatamente assim?
O acaso é algo que – paradoxalmente – a própria ciência concebe. Existe no nosso universo uma dose de incerteza, de coisas que, não importa o quanto, não conseguiremos controlar e nem sequer prever. Ou seja, o caos, a incerteza, a improbabilidade existem e são reais. À nós resta a pergunta: como lidar com isso?
Na verdade lidar com a improbabilidade é lidar com algo que é humano: a falta da onipotência e da onisciência. Quando nos damos conta disso aprendemos que podemos ser falíveis e esse é o verdadeiro problema que nos faz temer este cenário. É quando a pessoa teme aquilo que pode advir da falta de controle que ela passa a temer e à não gostar de lidar com esta situação. Do contrário a falta de controle não é um problema tão grande.
Como fazer isso acontecer? Talvez o primeiro passo seja entender que, de fato, o futuro é sempre incerto. O futuro é incerteza por definição, ele é probabilidade e não certeza. Assim sendo lidamos com o caos do mundo e com a falta de saber o tempo todo, todos os dias e não apenas em alguns momentos. Se perceber como um ser que lida todos os dias com a falta de certeza nos ajuda a entender o nosso papel quando ela chega de maneiras diferentes.
O segundo é aceitar a incerteza. É comum que desejemos lutar contra a incerteza e buscar provar para nós mesmos – principalmente – que não estamos fora do controle. Este é um problema do ego que precisa estar sempre mandando e controlando tudo. Se você puder aceitar que existe o caso e o descontrole no mundo e que você não pode controlar tudo será mais fácil vincular-se com ele.
E este é o terceiro passo. Gostamos daquilo que está programado porque sabemos nos orientar, controlamos e dizemos o que vai acontecer. No caos é diferente, temos que aceitar aquilo que o mundo nos oferece e, então buscar construir algo com aquilo – se é que isso seja possível. Assim sendo ao invés de “mestres” nos tornamos companheiros de viagem e esta é uma posição que muitas pessoas não gostam de assumir.
Espero que você possa ser um melhor companheiro do seu caos quando ele chegar.
Abraço
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