• 29 de julho de 2015

    Raiva do terapeuta

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    • Então é isso!

    • É isso?… Bem, vamos tomar um café e ir embora então? Porque estamos no começo da sessão (risos).

    • Ah é! (risos)… eu não tenho mais nada que eu queira falar sabe?

    • Sim… mas tem algo que você está sentindo… isso posso dizer.

    • Tem… mas não quero falar disso agora.

    • Se eu palpitar certo você fala?

    • Falo…

    • Vou falar assim: não tem problema isso que você está sentindo em relação à mim, pode sentir e pode falar o que você quiser… eu aguento, não vou te julgar por sentir isso, vou ajudar você com esta emoção.

    (Silêncio)

    • Eu tô com raiva de você! É isso! Pronto, falei!

    • Ótimo! Me conte o que aconteceu?!

    • É que eu to com raiva porque você fica falando de mim… e me elogia… e me incomoda isso!

    • Eu imagino… que bom que você pode falar da tua raiva, de que maneira falar de ti ou eu te elogiar é agressivo?

    • Eu não sei o que você quer com isso! Porque você me elogia?

    • Quando vejo que uma pessoa tem uma atitude digna de ser elogiada eu o faço.

    • Mas eu tô fazendo algo assim!?

    • Sim, vez ou outra você faz e então elogio o seu comportamento.

    • E você faz isso com todo mundo?

    • Sim, aqui no consultório e na minha vida pessoal também. Não faço bajulação, apenas elogio.

    • Entendi…

    • Que tal trabalharmos melhor com esta raiva e essa dificuldade de falar de si e de ser elogiada?

    • Acho bom.

    • Eu também…

     

    A raiva é uma emoção que tem a ver com a sensação de impotência e ameaça. Junte estes dois elementos e terá a raiva. Para que ela serve? Para mobilizar força e foco para lutar ou fugir. A raiva, em si, não é boa ou má, o que fazemos com ela pode se tornar útil ou improdutivo para nós.

    Na terapia muitas emoções surgem naquilo que chamamos de “relação terapêutica”. É comum sentir amor, raiva, cumplicidade, amizade, ternura e nojo do seu próprio terapeuta. Todas as emoções que vivemos com outros humanos podemos reproduzir na relação com o nosso terapeuta, pelo simples fato de ele ser, também – e incrivelmente, apenas um humano.

    Quando a  emoção da raiva aparece na relação terapêutica é importante que a pessoa consiga comunicar isso. A raiva pode se manifestar por vários motivos, um deles, inclusive significa que a terapia está dando certo. Porque? Porque muitas vezes o processo terapêutico mexe em nossas feridas e incompetências, nossas deficiências – sim você, eu e todo ser humano possui alguma em algum nível. Essa percepção pode ser consciente ou inconsciente, ou seja a pessoa pode estar consciente de que está sentindo raiva ou não, mas ela está lá.

    Frente à percepção disso é um mecanismo de defesa comum a projeção de culpa. Assim a pessoa pode ficar braba com seu terapeuta por que na relação com ele, ela descobriu incompetências suas que ela própria não gosta de lidar. Se a raiva não é manifesta é comum que a pessoa termine por abandonar o tratamento porque irá sentir-se mal durante as sessões ou pode até mesmo sentir-se exposta ou até mesmo cobrada pelo terapeuta.

    Esta maneira de responder provavelmente é a mesma que ela usa em sua vida diária com todas as pessoas ou uma reação específica ao terapeuta em quem ela deposita muita confiança. Neste último caso a pessoa pode sentir-se “traída” pelo terapeuta ao sentir que ele percebeu suas deficiências ou até mesmo sentir-se ameaçada pelo fato de ele pode descartá-la pelo fato de não ser “perfeita”. A raiva na terapia é sempre um bom sinal porque nos ajuda a perceber onde temos que trabalhar. Assim, explorar a raiva deverá sempre ser um motivo de aprendizado para a pessoa assim como para o terapeuta. Aprenda a falar sobre sua raiva para compreendê-la. A relação com o terapeuta e com a terapia só tem a ganhar quando a pessoa abre suas emoções.

    Com raiva?  Explore-a! Aprenda! Transforme-se!

    Abraço

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