• 28 de agosto de 2015

    Hora de mudar

    Evoluir

    • Então Akim… não estou aguentando mais.
    • Eu sei.
    • Ficar vindo aqui e sempre na mesma… tá foda.
    • Sim, é verdade.
    • É foda pra você também?
    • Pra mim não, eu acompanho o seu processo e as escolhas que você faz, não sou eu quem manda nele.
    • Sim… mas sabe… cara tá foda… não aguento mais ficar na mesma.
    • Sim, é mais dolorido segurar essa energia que deseja uma evolução do que evoluir de vez não é?
    • É…

    Quando alguém precisa fazer terapia? Quando alguém precisa mudar?

    Sempre me fazem estas perguntas disfarçadas de pedidos para não ir à terapia, tais como: “não é todo mundo que precisa de terapia né?”. Gosto muito de um pensamento que ouvi de Joseph Campbell falando sobre a necessidade das pessoas lerem ou gostarem de mitologia. Ele disse que as pessoas não precisam de mitologia, que ele não acreditava em ter que fazer algo assim como obrigação, mas que se você tivesse uma boa introdução ao assunto e ele despertasse você, aí sim.

    Um outro autor chamado Osho disse que se você parasse por um momento para perceber o quanto a vida é tediosa você poderia começar a fazer grandes transformações em sua própria vida. Ele gostava de dizer que as pessoas param de sobreviver, passam a viver e então podem super viver. Se de um lado temos os teóricos que dizem que o universo está em constante mutação, de outro perceberemos que se tudo está sempre em mutação, isso é uma constante, algo que não muda.

    Depois de um certo tempo comecei a desacreditar na mudança. Não mais creio que as pessoas “mudem”, minha crença se modificou – por mais paradoxal que isso seja – para uma nova crença que é a que desejo, hoje, compartilhar com o leitor.

    Mudar é uma forma humana de perceber um processo que podemos chamar de evolução. Aos nossos olhos vemos a pessoa mudando, mas de um outro ponto de vista podemos ver a pessoa simplesmente evoluindo, dando um contorno para algo que, de alguma forma, estava presente nela, algo que pode emergir. Essa “coisa” é o nosso processo de auto expressão. Expressar o “eu” em suas várias modalidades.

    Por isso não creio mais em mudança, creio em expressão, expressar “mais”, expressar outra parte do self que já está, de alguma forma aí. O que pode acontecer acontece. Essa é uma ideia de que gosto muito. O tédio, o vazio, a ansiedade e a angústia que sentimos são uma forma do nosso corpo manifestar que algo precisa emergir, que é momento de uma outra forma assumir o show em nossas vidas. Isso não é uma mudança, mas sim um aperfeiçoamento, uma parte do processo que já estava acontecendo há muito tempo atrás, mantido inconsciente, esperando seu momento.

    “A aventura surge quando o herói está preparado”. É o que Campbell diz dos mitos. As histórias já estão escritas, basta vivermos elas da melhor forma possível. Isso não nos leva ao niilismo ou à crença de destino, nos coloca, pelo contrário no palco do show e nos pergunta: você irá viver esta história que se coloca diante de si? Viverá a angústia e irá transformá-la em algo? Ou vai fugir da angústia da existência e com isso existir em angústia?

    Particularmente sempre tenho a tendência de ser sensível aos sinais que meu corpo me envia. Tédio, indignação, ansiedade e angústia, por exemplo, são sinais de que algo precisa emergir. Nossa mente e corpo estão em constante funcionamento, mapeando e percebendo as vivências que temos em nosso cotidiano buscando se adaptar à elas e achar novas soluções para os problemas que surgem. Quando ouvimos estas vozes – que eu creio se manifestam nas emoções – criamos um canal direto com partes nossas que são especialistas em buscar o melhor da vida – especialistas porque evoluíram ao longo de milhares de anos para fazer isso com cada vez mais competência.

    Quando mudar? Quando evoluir? Sempre que o corpo sinalizar, que a mente se indignar, que a situação precisar. Evoluir não é algo pelos outros, mas sim, algo pelo nosso próprio processo de auto expressão.

    Abraço

    Visite nosso site: www.akimpsicologo.com.br

    Comentários
    Compartilhe: