– Então eu fico me achando uma pessoa ruim sabe?
– Sim, sei sim. Da forma pela qual você fala, parece que você não acerta nunca né?
– É e isso está me matando.
– Me diga uma coisa: quando você avalia o seu comportamento, seus resultados, geralmente foca o que você está conseguindo ou o que não conseguiu?
– Geralmente o que não deu certo
– Hum, pois é, daí você faz um monte de coisas, mas no final sempre fica com a seguinte frase na sua mente: “não consegui isto, aquilo e aquele outro, droga!”
– É por aí.
– Como você quer sentir-se bem contigo se ao avaliar o que faz sempre fica com essa frase na mente?
– Hum… é difícil né?
– Quase impossível. Aí que gostaria que você experimentasse fazer o seguinte: faça uma lista das suas exigências e depois comece a verificar o que é possível de fazer dentro da sua rotina e o que você já faz.
– Entendi.
– Semana que vem, me conte dos resultados tá? (risos)
– Ok (risos)
Criamos muitas expectativas sobre o comportamento dos outros e sobre o nosso também. Como sempre o mundo também nos oferece várias expectativas para cumprirmos e precisamos aprender a lidar com as demandas internas e externas.
Toda a expectativa é uma fantasia que criamos sobre como as coisas deveriam ser. As “coisas” pode ser o mundo, a sociedade, uma viagem, nossos companheiro e claro, nós mesmos. A fantasia tem a ver com nossos desejos, medos, anseios e necessidades, por este motivo sempre precisamos checar que tipo de expectativas estamos criando para nós, o mundo ou os outros. A expectativa também tem um outro componente: ela não tem a ver com a realidade e esse componente é o fundamental para lidarmos com ela.
Se eu quero uma pessoa atenciosa, por exemplo, e encontro alguém atencioso não estou criando expectativa. Desejei alguém com uma característica, busquei e encontrei, perfeito. Se eu quero isso, mas encontro e começo a me relacionar com alguém que não é assim e começo a querer que essa pessoa mude, entro no campo da expectativa. Se torna expectativa porque espero que algo que não é seja.
O mesmo vale para nossa atitude conosco: podemos querer ser super-homens, mulheres-maravilhas, mas isso não está adequado ao real. Quando criamos uma expectativa irreal sobre nós e não conseguimos dar conta geralmente nos sentimos culpados por não conseguir. No entanto é importante ver quais são as expectativas e quais delas possuem um pé no chão. Pé no chão não significa desistir para sempre de algo importante, mas sim, verificar de forma concreta o que é necessário para que aquilo possa ocorrer, qual o passo a passo para tornar um desejo viável ao invés de apenas nos culpabilizarmos por “não conseguir”.
Abraço
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