– Mas Akim, eu tenho medo sabe?
– Sim, eu sei.
– É difícil!
– É. Agora, o que você faz ao sentir medo?
– Eu paro.
– Ok, então diga que você escolhe parar ao sentir medo.
– Qual a diferença?
– Simples: você estará assumindo a responsabilidade pelo comportamento.
– E do outro jeito?
– Culpando uma emoção pela sua escolha. Emoções não escolhem por nós.
A coragem é uma das emoções que mais tem sido alvo de chacota ultimamente. Certa vez, ouvi uma pessoa dizendo que a coragem é um clichê, obviamente, ela nunca precisou de coragem.
E quem precisa de coragem? Todos nós. Porque? Porque todos sentimos medo. O medo e a coragem são emoções irmãs. Embora possa soar estranho pensar assim, fazê-lo é algo que simplifica muito a nossa vida. O medo é uma emoção que vem para nos proteger, ela reflete sobre uma ameaça futura e, com isso, nós nos precavemos, fugimos ou nos paralisamos afim de lidar com a ameaça.
O medo é uma emoção de futuro, a coragem também é. A pessoa que se diz “corajosa” sempre justifica a sua ação com base naquilo que ela pode alcançar ao ser corajosa, nunca somos corajosos pelo que se passou, mas sim pelo que podemos obter. Assim como o medo, a coragem também tem, como função, nos proteger de algum infortúnio, visto que todo ato de coragem tem a ver com algo que é potencialmente danoso.
O corajoso, olha para o perigo, ele compreende o risco, percebe que sua ação poderá custar algo valioso para ele. Porém a atitude é dizer: “sim” para a ação. No caso do medo, ao olharmos para aquilo que pode nos causar dano, dizemos “não” para a ação, freamos o nosso ímpeto e nos afastamos daquilo que pode nos machucar.
É óbvio dizer que não há nada de errado em fugir ou se afastar, porém, há algo que é importante de fazer. A maior parte das pessoas que não fez algo por causa do medo. Não é bem assim, o medo não toma decisões, quem toma somos nós. O medo nos avisa do que pode acontecer, porém somos nós que, ao sentir o medo, decidimos por não agir. Assim sendo, é importante assumir o comportamento que temos.
Isso é o que abre as portas para a coragem. A coragem é o “sim” para a ação em frente ao medo. Quer dizer que sem medo não há coragem. O corajoso sabe disso, ele sente bem o medo, porém aprende a dizer sim para a ação que deseja empreender. Como ambas são emoções relativas ao futuro, ambas lidam com fantasia, o corajoso apenas decide dizer “sim” para uma fantasia que ele deseja realizar.
Abraço
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