• 27 de junho de 2016

    Fugir da responsabilidade

    – O que você acha disso Akim?

    – O que você acha?

    – Porque você não responde?

    – Porque, para mim, é mais importante compreender o que você pensa sobre isso.

    – E porque?

    – Porque é o que você acha que deve ou não ser mudado.

    – Mas eu não sei direito o que dizer, você não pode dar uma opinião?

    – Não se trata de listar e escolher numa lista qual combina mais com você, mas sim de você assumir o que sente. Se não sabe direito, que tal tentar compreender ao invés de dar para mim a responsabilidade de dizer o que você sente?

    – Ai…

    As pessoas querem auto estima, felicidade, alegria e resolver seus problemas. Perfeito. O primeiro passo, no entanto, é assumir a responsabilidade sobre isso, mas isso é, para muitos, um problema, porque?

    A resposta de uma forma simples é: não é fácil. Nem sempre é fácil se tornar consciente de algo que não gostamos em nós ou nos perceber incapazes de responder ao que não sabemos lidar. Nem sempre é simples conseguir discernir aquilo que sentimos ou o que queremos fazer com isso e, em outras vezes, também não é simples mudar porque teremos que lidar com temas que não somos bons.

    A outra resposta é: dá trabalho. Assumir a responsabilidade significa assumir que você é quem tem que fazer algo com sua própria vida. Nem sempre as pessoas querem isso. Preferem esperar em berço esplêndido, as circunstâncias mudarem para elas ao invés de trabalhar para que elas mudem e se tornem mais capazes.

    “Tenho medo”. Esta resposta também vale porque muitas vezes a responsabilidade pode significa assumir comportamentos e situações que podem nos ferir. A vida, de forma geral, pode nos ferir e, então, temos medo. Mas o medo não é um impeditivo da ação, não podemos deixar de viver “por sentir medo”. Esta emoção precisa ser respeitada e não usada como desculpa para nos permitirmos ser negligentes com nossa existência.

    “Não sei direito o que eu quero”. Quando esta é a resposta as pessoas precisam dar um passo para trás e se fazer a seguinte pergunta: “não sei mesmo ou não confio no que quero?”. Se a resposta for a primeira, então é hora de dar um passo para trás e tentar descobrir o que quer. Muitas vezes, nos impedimos de descobrir, por colocar metas muito elevadas ou termos medo de, descobrindo, termos que agir.

    Se a resposta for a segunda é importante, então, aprender a confiar em si mesmo e no seu potencial. É importante se questionar sobre o que te faz duvidar  do que quer? São expectativas irrealistas? É uma baixa auto estima? É medo? O motivador da dúvida é importante de ser determinado para que você possa se responsabilizar – novamente – em mudar isso afim de viver seus sonhos.

    “Não gosto de mim”. Enfim, esta é a resposta mais dolorosa de ser percebida. Não assumimos a responsabilidade, muitas vezes porque, simplesmente, não gostamos de quem somos, então, para que me responsabilizar não é? Ledo engano. Ocorre que, neste caso, se você não der valor e não assumir a responsabilidade, irá gostar ainda menos de si mesmo porque estará dando munição aos argumentos que fazem você se gostar menos.

    É justamente o contrário que deve ocorrer: aprender a se responsabilizar para, então, aprender a gostar de si, da experiência que você se proporciona de você mesmo. Pode parecer meio confuso, mas é isso aí: nos damos a experiência de nós mesmos através de nossos atos, por isso assumir a responsabilidade pelo que queremos é fundamental.

    Abraço

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