– Mas Akim, minha mãe não vai deixar isso.
– E o que ela tem a ver com isso?
– Ué, se eu quero começar o meu negócio vou precisar dela.
– “Precisar”. Para que?
– Como que eu vou fazer? Ela tem dinheiro para me ajudar.
– Ela é o único ser no mundo que tem dinheiro?
– Hum… não tinha pensado nisso.
Ser dependente é, também, um estilo de pensamento. A maneira de buscar soluções para problemas pode nos dizer se nossa ação se baseia em nossa capacidade de agir ou se ainda estamos esperando que alguém venha nos salvar.
O exemplo acima deixa claro isso. A maior parte dos jovens adultos tem este raciocínio, pensam apenas nos pais quando desejam abrir seu negócio próprio, se estes dizem não ou se ele acha que não vão gostar da ideia, logo a arquiva porque os pais não darão suporte. Nada de errado em buscar este apoio, em geral, é mesmo o primeiro que buscamos, porém, parar por aí demonstra falta de confiança e de auto motivação para conseguir aquilo que queremos.
Quando nossa busca por aquilo que queremos passa diretamente por outra pessoa que colocamos como uma definidora de nossa condição futura, em geral, estamos pensando de maneira dependente. Obviamente, existem situações em que terceiros determinam coisas por nós, porém, há diferença entre, por exemplo, participar de um processo no qual outra pessoa decidirá seu futuro e colocar alguém como definidor do seu futuro mesmo que isso não seja necessário.
O que ocorre é que quando se coloca alguém como definidor do seu futuro, ao mesmo tempo a pessoa se coloca como incapaz de seguir o seu caminho e definir o seu próprio futuro. Esta relação dupla torna a pessoa incapaz e o outro o detentor do seu futuro. Estes dois papeis é que são a essência da relação de dependência.
Modificar o pensamento requer o enquadramento da pessoa como definidora do seu prpoprio futuro. Isso, porém, envolve um conjunto de emoções relacionadas à maturidade e à vida “solo”. Medo, angústia, conquista são algumas delas e são complexas para serem compreendidas por muitas pessoas.
Quando amadurecemos também percebemos que o mundo não é o que nossos pais querem que ele seja, vemos que nossos pais fazem parte do mundo e não são donos dele. Ver os pais como pessoas normais é algo que é chocante para muitas pessoas porque as coloca no mesmo patamar de seus genitores. Isso, por outro lado é aprender a ser indepentende: compreender que de uma forma ou de outra todos estamos no mesmo barco.