• 28 de novembro de 2012

    Abrir mão?!

    – Pois é Akim, eu entendi, mas assim, não quero abrir mão do que eu faço hoje.

    – Entendi, mas assim: você não precisa abrir mão.

    – Como não? Não é isso que eu tenho que mudar?

    – É sim, no entanto mudar não significa não fazer mais.

    – E o que significa então?

    – Vamos lá: para que é importante este teu jeitão?

    – Ah sei lá… eu acho que é com ele que eu me aproximo das pessoas.

    – Perfeito, sendo solicita, aberta, você acaba criando proximidade, que é algo que você quer não é isso?

    – Sim!

    – O importante então, é fazer a coisa deste jeito ou criar a proximidade?

    – Criar a proximidade…

    – Perfeito, a única forma de criar proximidade é esta que você usa?

    – Não… tem outras, eu não sei usar direito, mas tem outras.

    – Ótimo, agora a pergunta importante: quando esse jeitão que você tem hoje é adequado?

    – Hum… ah sei lá… algo como se eu conhecer mais as pessoas e já tiver tido um… retorno por parte delas sabe?

    – Hum… muito bom! O que você está me dizendo é que é melhor ir com calma no quanto você se doa nas relações e ir aos poucos criando intimidade ao invés de querer ser amiga de 10 anos em 10 minutos?

    – (Risos) É… acho que é mais ou menos isso.

    – Perfeito, agora você tem um discernimento para quando usar este teu jeitão, o nosso trabalho agora é ajudar você a criar os outros jeitões.

    – Tá, entendi!

     

    Muitas pessoas tem medo de mudar porque acham que precisam abrir mão dos seus comportamentos ou do seu jeito; que vão, com isso, abrir mão do seu “eu”.

    Nada mais equivocado, por vários motivos:

    1. Não é necessário abrir mão de nenhum comportamento, apenas adequar o comportamento ao contexto. Todo comportamento pode ser útil em uma dada situação, o grande problema é que nós, seres humanos, nos fixamos em alguns comportamentos e nos tornamos rígidos: usamos o mesmo comportamento em todas as situações e é óbvio que não vai funcionar sempre, daí nos frustramos.

    2. Existe uma grande diferença entre o que eu faço e o que eu sou. O nosso eu não se resume na adoção ou recusa de um comportamento. O alcoolista quando para de beber deixa de ser ele mesmo? A pessoa aos 25 mantém os mesmos comportamentos, sonhos e desejos de quando tinha 5? Mudar, adquirir novos comportamentos e perspectivas faz parte do desenvolvimento humano e complementa o “eu” ao invés de “perdê-lo”.

    3. Muitas vezes – a grande parte delas – ficamos fixados em um comportamento por algo maior do que “gosto”, geralmente temos medo de evoluir. Acabamos freando a nossa evolução pessoal e a nossa felicidade muitas vezes por medo de experimentar o novo.

    Então, se você está com medo de mudar pense bem: “será que você precisa abandonar um comportamento ou apenas usar ele em contextos mais adequados?”; “Será que o seu “eu” vai se perder de fato ou será que você apenas estará abraçando uma perspectiva mais abrangente de você mesmo?”; “o que você faz hoje e não quer mudar é porque está funcionando 100% para você ou você simplesmente tem medo, receio das conseqüências de fazer diferente?”

    Abraço

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