– Eu não quero mais isso.
– Perfeito.
– Mas não sei direito o que fazer sabe?
– Sim, sei. A pergunta, então, não é o que você não quer mais, mas sim: “o que você quer?”
– Ai Akim, eu tenho dificuldade em pensar no que eu quero sabe?
– Sim, sei… é mais fácil pensar no que você não quer né?
– É.
– Pois é… pense então: se você fosse desejar estar em algum lugar, com um determinado emprego, ganhando um determinado salário: qual seria o lugar, qual emprego e qual quantia?
– Hum… deixe pensar…
A auto motivação tem um pouco de técnica e um pouco de arte. Conhecer alguns critérios que usamos para nos motivar pode ajudar a entender porque deixamos algumas coisas de lado e como voltar à ativa.
Aproximação – afastamento
Um fator que contribui muito para a maneira pela qual nos motivamos é o critério de afastamento e aproximação. Algumas pessoas querem “chegar lá”, enquanto outras estão mais preocupadas em “não deixar tudo para depois”. Essas duas frases revelam, respectivamente, aproximação e afastamento.
A aproximação mantém uma meta clara daquilo que se quer alcançar. Nesse aspecto as pessoas buscam ativamente chegar onde elas querem. É o desejo de ir para perto daquilo que se quer. Esse tipo de atitude tem uma direção mais envolvida com a criação daquilo que se deseja.
O afastamento, por outro lado, deixa evidente aquilo que não se quer. Em termos motivacionais, o afastamento se caracteriza pela fuga de um estado não desejado. O desejo é criar distância entre onde se está e aquilo que não se deseja. A direção do afastamento é distância do que não se quer.
Em geral os “gurus” da motivação dizem que você tem que ter uma motivação do tipo aproximação. Porém, não vejo isso como necessário para se alcançar metas. Ocorre que cada uma delas serve bem para determinados tipos de atitudes. É possível usá-las indiscriminadamente para tudo, porém, isso tem custo emocional.
Aproximação é uma estratégia melhor empregue quando o resultado precisa ser claro e definido. Por exemplo, é mais útil motivar-se dessa maneira quando você deseja, por exemplo, economizar dinheiro. Já quando tratamos de precaução e prevenção é mais útil motivar-se pelo afastamento. Uma estratégia para usar filtro solar é, por exemplo, o desejo de afastar-se do câncer de pele.
Ambas estratégias podem ser empregues dentro da mesma esfera de atuação. Por exemplo, posso desejar “mais saúde”. Em termos gerais, quero ganhar mais saúde (aproximação), farei isso deixando de comer (afastamento) alimentos que aumentem meu colesterol, fazendo atividade física para ganhar (aproximação) mais resistência e dando um tempo para aliviar (afastamento) o estresse.
Para cada uma dessas metas cria-se uma imagem mental e uma dinâmica psíquica distintas e específicas. Assim sendo não é necessário ou certo ter um ou outro tipo de motivação, mas sim, saber como lidar com os estilos motivacionais e empregá-los da maneira que mais lhe seja prática e útil.
Abraço