– Dei um limite para ela; eu disse assim: “eu já te convidei o que quer dizer que eu quero que você venha! Agora é contigo”. Daí ela ficou fazendo manha um pouco, mas eu só fiquei quieto esperando ela dizer se ia ou não.
– Muito bem hein!?
– É né? Eu acho também…
– E depois disso, como está?
– Eu creio que eu não dei só esse limite nela sabe? Mas esse é o que eu mais me lembro!
– Imagino, como está se sentindo com isso?
– Muito mais aliviado. Parece que saiu um peso de cima dos meus ombros.
– Ótimo e a sensação que você sempre traz de incompetência pessoal nos relacionamentos como ficou?
– Parando para pensar agora, me sinto mais confiante! Há esperança!! (Risos)
– Claro que tem! Mais do que esperança: resultado! Você percebe que toda a vez em que você consegue dar um limite para proteger a sua integridade você se sente assim?
– É?
– Sim, dessa vez com a sua namorada, naquela outra com o seu pai e na outra com o seu chefe você se lembra de como se sentiu?
– Nossa… verdade!
– O que será que ocorre que te faz sentir-se bem?
– Eu sei… é que eu estou me cuidando e isso me faz sentir mais homem até! Mais capaz, mais adulto!
– Ótimo, é isso mesmo! Toda vez que você protege a sua integridade você “cresce”, e quando não o faz se culpa!
– Bem isso!
Terapia é um espaço para descobertas pessoais. Compreender nosso comportamento, conseguir perceber nossas emoções, pensamentos, tomarmos uma certa distância deles para conseguirmos perceber como um todo o que fazemos em nossas vidas/com nossas vidas e então tomar a coragem para realizar modificações ou entender que podemos simplesmente relaxar um pouco mais pois já estamos indo no caminho certo.
Creio que um processo terapêutico de qualidade sempre passa por vários desses momentos, em alguns percebe-se uma parte do processo, em outro mais uma parte até que se consiga perceber um todo coerente. O que fazer com isso vai depender de cada um: do seu momento de vida, objetivos, aprendizados e disponibilidade para mudança.
É importante aprendermos a observar nossa vida como se fosse um filme que estivesse sendo colocado em nossa frente. Como se fosse uma daquelas fotos panorâmicas nas quais conseguimos ver todo o horizonte. Creio que esta capacidade é importante de ser adquirida para que se possa perceber o desenrolar dos nossos comportamentos e hábitos, muitas vezes as pessoas focam em uma parte de um processo, mas se esquecem do que vem antes e do que ocorreu depois e isso é sempre fundamental para nos compreendermos e para mudarmos. Geralmente o foco fica “onde dói mais”, no entanto, é função da terapia ajudar a pessoa a afastar este foco e perceber mais sobre si própria, este “afastamento de foco” é o que nos possibilita “olhar além da dor” e perceber nossas dificuldades e o caminho para que consigamos suplantá-las.
Abraço
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