• 29 de abril de 2013

    Pedras no caminho

    – Não aguento mais, parece que é olho gordo isso!

    – Pois é, quanta coisa não é mesmo?

    – Nossa, nem me fale!

    – E como você está no meio disso tudo?

    – Eu estou me sentindo cansada… mas às vezes paro para pensar que estou mais forte também entende?

    – Me explique

    – É assim: ter vivido todos esses revezes me fez parar para pensar no que estava fazendo, como estava fazendo e, com isso aprendi um bocado. Se fosse fazer a mesma coisa hoje, por exemplo, seria muito diferente.

    – Então quer dizer que você aprendeu muito com tudo isso?

    – Sim…

    – Muito bem e ao aprender sente-se mais “forte”?

    – É, é exatamente isso… parece que foi uma prova pela qual eu passei sabe?

    – Com certeza… prova do que?

    – Não sei ao certo… mas talvez uma prova de que eu consigo, que eu posso resistir! Vencer!

     

    Existe um trecho de uma música dos Engenheiro do Havai que diz assim: “se fosse fácil encontrar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não seria ruim”. Gosto muito desta frase, pois ela nos fala sobre como a vida é, de certa forma.

    Num dado momento criamos nossas ideias sobre como a vida deve ser, sobre como seremos, quem seremos e como o mundo será. Depois começamos a viver o que existe de fato, mergulhar na realidade da vida e é então que vamos “pôr à prova” quem somos, o que somos e o que conseguimos ou não fazer com nossas vidas, em nossas vidas.

    Respostas certas? Você não vai encontrá-las, talvez o que melhor você consiga encontrar é alguma que lhe proporcione um “aconchego interior” e também lhe adianto que esse aconchego pode ficar um bom tempo ou ir embora rapidamente e, mesmo que fique, talvez daqui à algum tempo ele não sirva mais e você tenha que, novamente, buscar uma nova inspiração.

    Obviamente, navegar neste mar de certezas e incertezas pode ser um pouco cansativo, por esta razão é importante entender este que este processo nunca acaba e que encontrar-se incerto do que fazer, de quem ser não é exatamente um problema, muitas vezes é o princípio da solução. O que estamos vivendo está encaixado com a nossa evolução pessoal? Creio que esta é a pergunta mais importante. Mais importante do que “chegar lá”, “terminar o projeto” é, na minha opinião, estar vivendo dentro do que acreditamos ser a nossa evolução, nosso desenvolvimento e aprender com ele, ver o que podemos modificar, ampliar, enriquecer e esquecer para que com isso nossa jornada nos faça sentido.

    Para terminar um trecho de um poema extraído do filme Sociedade dos Poetas Mortos: “Às virgens, para aproveitarem o tempo”

    “Colham seus botões de rosa enquanto podem

    O tempo passa voando

    E a mesma rosa que hoje desabrocha

    Amanhã estará murchando”

     

    Abraço

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