• 8 de maio de 2013

    O momento da virada

    – Pois então, daí eu não aguentava mais e estava esperando o momento de dizer sabe?

    – Sei.

    – O que aconteceu então? Estava eu lá, toda bela e formosa e ele me chega dizendo que eu tinha esquecido dos pratos novamente!

    – Hum…

    – Aqueles pratos que ele disse que era ele quem iria lavar! Aí eu não me aguentei!

    – Nada é por acaso…

    – Nada mesmo… eu fiquei fula da vida, daí me veio uma coisa e eu me acalmei e disse para ele numa boa, num tom de voz bem ameno e me sentindo 100% segura de mim: vamos conversar agora.

    – E ele?

    – Ele começou a dizer que precisava sair e que tinha que ir para o escritório. Daí eu simplesmente sentei na mesa e disse: e vamos conversar agora, vou ser bem breve.

    – E ele?

    – Ele ficou “meio assim” e sentou.

    – Aí eu olhei para ele e disse bem assim: para mim não dá mais, terminou.

    – E ele?

    – Ele ficou meio pasmo, e falou umas coisas lá para mim, mas nada de “realmente importante”. Eu simplesmente ouvi e disse a mesma coisa sabe? E foi bem como você já me disse algumas vezes: eu não estava naquele momento braba com ele, estava simplesmente pensando muito no que eu queria e aquilo não era o que eu queria; então eu, simplesmente, disse “não quero mais”.

    – E como está se sentindo?

    – Triste porque terminou e eu gosto dele, mas também aliviada pois finalmente comecei a buscar o que eu quero de verdade…

    Toda mudança advém de uma inquietação. A inquietação traz um tanto de ansiedade, de angústia e de dúvidas. De início as pessoas tendem a rejeitar o chamado para a mudança, buscam apegar-se à “vida como está”. Mas o chamado persiste e a aventura cai em nossas mãos. Precisamos agir.

    Esta ação irá determinar o que vai ocorrer com a inquietação e com a angústia; se vamos mudar, aprender, evoluir ou não.

    Podemos nos manter reclamando dos problemas que enfrentamos, das situações que vivemos e das pessoas com quem não sabemos lidar, porém a mudança de fato vem no momento em que as reclamações se tornam compromissos de ações. Quando a barulheira das reclamações diminuem podemos ouvir o que a nossa evolução pessoal precisa e, só com isso, podemos de fato tomar um rumo adequado para nós.

    É quando todo o medo da mudança, toda a insegurança relacionada ao que fazer e como fazê-lo, todas as competências a serem adquiridas se tornam detalhes frente ao que se deseja, frente ao que se quer. Neste momento existe um alinhamento da pessoa com suas crenças, metas e identidade. A pessoa se une com seus propósitos e, a partir daí, nada mais a impede. O fundador do Aikido usa o termo “vontade indomável” para se referir à este sentimento.

    Este momento pode surgir de várias fontes: uma conversa, uma decepção, uma ideia ou um desejo. Talvez o mais importante sobre estes momentos seja um fato simples: aproveite-o. Momentos como esses nutrem-se de serem aproveitados, é como a inspiração: deve-se usar quando ela chega ao invés de deixar a preguiça tomar conta e esperar ela ir embora. Muitas pessoas passam suas vidas esperando um momento como esse, mas quando ele chega ao invés de seguirem seus impulsos ela resolvem deixar para depois, esperar um pouco. A espera pode demorar muito mais do que uma vida, pois a energia que se desprende quando este momento chega precisa ser alimentada com ações, com compromisso e não com preguiça e comodismo.

    Abraço

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