• 29 de maio de 2013

    Ser interessante

    – Ninguém me olha na escola, mas também… porque iriam?

    – Bem você não é invisível não é?

    – Ai Akim err… é que eu não tenho nada de interessante, por isso que estou falando.

    – Ah é, e o que você considera uma pessoa interessante?

    – Eu não tenho um iphone, não sou popular, não sou a garota mais bonita da turma.

    – Hum… entendi… você tem uma bela lista do que você não é, não é mesmo?

    – É…

    – E essas são coisas que você acha interessante? Ou que “fazem sucesso” com o pessoal?

    – Ah, eu queria até me arrumar mais, mas não sei, não ligo muito para essas paradas de “a mais mais” da turma ou ter o aparelho super hiper mega da moda… eu gosto de livros, por exemplo…

    – Hum… quer dizer se você conhecesse alguém na sua escola que gosta de livros acharia esta pessoa interessante?

    – Sim… nossa… que estranho… parece que eu sou interessante então?

    – (risos)

    – Tem um menino que eu vi mais de uma vez lendo um livro no recreio

    – Olhe que legal!

    – Pois é… eu já vi ele e até quis ir falar com ele um dia, mas desbaratinei sabe?

    – Sim, rebaratine então!

    – Vou fazer!

    Vivemos em um mundo de consumo. O principal produto em exposição nas prateleiras das lojas e nos sites de compras não são televisores, celulares, smartphones ou carros… são pessoas.

    O tema já foi explorado por psicólogos, sociólogos, cientistas sociais e antropólogos e a transformação dos seres humanos em produtos é um tema que organiza a nossa sociedade, pense no sentido do serviço de “marketing pessoal”, por exemplo e entenderá que nossa identidade é um produto à venda. E como qualquer produto o seu teste último é se vende, se as pessoas “compram a ideia”.

    É aí que, para o indivíduo, a coisa descamba. O que o “mercado” quer, muitas vezes pode ser algo que ele não considera importante, que não alimenta a sua alma e não o faz alegre, nem feliz e nem perceber um sentido para as suas ações ou vida. Assim sendo, o que fazer?

    O ponto é aprender a focar no que queremos para nós, no que realmente nos faz felizes, no que dá sentido à nossa vida, no que traz alegria ao nosso coração. Aí podemos nos fazer uma pergunta simples: “se eu visse uma pessoa na rua com estas qualidades, eu a acharia interessante?”. A resposta quase sempre é um grande “sim”, pois é isso que eu considero de importante para mim. Agora se eu consideraria uma pessoa assim interessante, porque não me considerar interessante com as característica que tenho? Ao fazermos isso podemos começar a usar a nossa percepção para nos guiar em direção à relacionamentos que possuem este tipo de características, para pessoas, lugares e eventos que tem o que nos alimenta.

    Ser interessante é importante, em primeiro lugar, para nós mesmos. É de dentro que o aval precisa vir, mas às vezes precisamos de um truque para escrevermos o aval, este é um deles. Aproveitem.

    Abraço

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