• 19 de junho de 2013

    Dificuldades

    – Mas é difícil para mim isso!

    – Eu sei que é… vamos dar uma olhada em como você começou?

    – Vamos

    – Me conte: quando você chegou aqui, qual a primeira coisa que aprendeu?

    – Hum… foi o negócio de aprender a olhar para as pessoas que olham para mim!

    – Perfeito, esse foi um impacto bem profundo não foi?

    – Foi sim… a segunda coisa foi que eu aprendi que eu poderia ser desejada, que eu tinha… não… tenho valor!

    – Ah, gostei! o que mais?

    – Bem, eu sei que sou desejável, que faço bem o meu trabalho porque tenho tido clientes, sou estudiosa, sou companheira e por isso tenho valor. Depois acho que eu aprendi a dizer quando algo não me agrada e isso fez muita diferença para mim.

    – Com certeza… o que mais…

    – Hum, também aprendi a conter um pouco a minha ansiedade e a me acalmar em situações de estresse.

    – Perfeito! Viu quanta coisa boa você aprendeu?

    – Sim.

    – Pois bem, como te parece aprender mais esta etapa do seu trabalho?

    – Hum…. olhando agora, eu sei que é difícil me abrir, mas eu vou conseguir!!!

    Todos nós temos dificuldades. Em terapia existem alguns aprendizados são mais simples e outros mais difíceis para cada um de nós.

    A questão, no entanto, é: como lidar com isso?

    O que tenho usado em terapia é entender que nenhuma mudança é isolada, todas elas tem profunda relação com a identidade da pessoa, suas crenças, hábitos e sua experiência de vida. Assim sendo, busco, inicialmente ajudar a pessoa a valorizar os aprendizados que ela já teve, isso cria confiança. É só quando estamos na sensação de confiança que devemos começar a traçar as nossas metas e desafios. Decidir se vamos ou não fazer uma mudança com medo é muito difícil.

    Depois disso passamos a entender como a pessoa criou as suas experiências e superou os seus desafios. Isto ajuda a pessoa a pensar no método, em como resolver e, muitas vezes, a aprendizagem passada contribui para a formação de método da nova aprendizagem. E depois disso é que pensamos, efetivamente, no que fazer para executar as novas mudanças. Vemos também as diferenças entre as mudanças anteriores e as novas e trabalhamos com a expectativa que a pessoa tem sobre a mudança em termos de tempo e dificuldade, por exemplo, para deixar a expectativa adequada à pessoa e situação.

    Já experimentou pensar assim nas suas dificuldades? Então tente!

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