• 21 de dezembro de 2012

    Primeiras impressões

    (Akim pergunta ao grupo)

    – Muito bem gente, vocês estão vendo o colega aqui, agora me digam o que vocês estão vendo sobre ele?

    (Grupo responde)

    – Ele está brabo.

    – Está sério!

    – Eu acho que ele está meio bicudo só!

    (Akim):

    – Perfeito… cada um disse uma coisa! Agora pensem: se esta pessoa fosse o chefe de vocês, ou o esposo de vocês, ou um amigo vocês iriam reagir à esta pessoa de acordo com a percepção de cada um não é isso?

    (Grupo):

    – Sim.

    (Akim):

    – Perfeito. No entanto, pedi para ele fazer uma cara de sono. Ele está simplesmente com sono.

    Sempre que vemos um ser humano instintivamente buscamos dar um significado à sua expressão facial e corporal para podermos nos situar sobre como lidar com esta pessoa, o que fazer caso ela venha até mim. É um processo muito rápido no ser humano, nossa evolução privilegiou esta característica que fez com que ao longo dos anos aqueles que conseguiam criar respostas rápidas sobre o outro prevalecessem sobre os que não conseguiam.

    Isto, no entanto, tem um custo. A primeira leitura que fazemos pode não ser precisa. E se não for vamos nos comportar como se fosse. Disso decorrem muitos problemas de comunicação e de relacionamento que são meramente enganos da nossa percepção. Não é “o que” percebemos, mas sim o significado que atribuímos à isso. Ao ver olhos franzidos a pessoa diz: “brabo”; e se for apenas dor?

    A grande questão é se seremos capazes de avaliar a nossa percepção e checar se o significado que atribuímos ao que vemos do comportamento do outro é, de fato, correto. Pessoas que se conhecem à muito tempo conseguem uma avaliação mais precisa – notem o termo “mais precisa”, pois 100% de certeza neste quesito é impossível – do que se passa dentro da outra pessoa. Como? A partir de ter como base várias e várias experiências com a pessoa se comportando da mesma forma.

    Conseguimos perceber padrões de comportamento que nos indicam que é muito provável que a pessoa esteja sentindo x ou y, mães com seus filhos desenvolvem isto muito facilmente; é o famoso: “não consigo mentir para mim mãe, ela sabe quando minto”. Não é por causa de um poder paranormal ou “instinto materno”, mas sim pura observação a respeito do tom da fala, da leitura do corpo e da face, sobre como começa a conversa que ao longo do tempo apontam para o mesmo significado vez após vez. Quando a pessoa junta este “banco de dados vivencial” ela começa a “predizer” o que o outro está sentindo.

    Assim, fica a dica: perceba e tire suas conclusões, depois trate de avaliar se elas são corretas, perguntando para o outro, observando para checar se é aquilo mesmo. Isso vai ajudar muito as suas relações!

    Abraço

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