• 24 de junho de 2013

    O Medo do Fracasso

    – Pois é Akim, mas eu tenho medo que dê errado!

    – Hum… e me diga: o que acontece se der errado?

    – Ah, vou ficar frustrado não é mesmo?

    – Sim,  o que mais?

    – Não gosto disso… me sinto como se eu fosse um incompetente!

    – E o que você aprendeu sobre incompetentes?

    – Que são umas pessoas idiotas… meu pai sempre falava: não seja incompetente!

    – Entendi… agora me diga: se não der certo você vai realmente se tornar uma pessoa “idiota”?

    – Eu não acho…

    – Pois é… se algum amigo seu te contasse a mesma história, o que você diria sobre ele?

    – Na verdade eu ia querer ajudar, não ia ficar com pena sabe? Mas ia pensar: pô, o cara foi atrás né? Tenho que ajudar porque o cara merece!

    – Perfeito! Porque não se diz isso quando pensa no seu “fracasso”?

    – Hum, parece mais leve pensar no fracasso desse jeito…

     

     

    Em posts anteriores eu trabalhei com o conceito que uso ao trabalhar com o medo. O que é o medo? Todo medo é uma ilusão. Porque ilusão?

    Este conceito se aplica quando vamos entender que o medo é sempre algo que fantasiamos em nossa mente, ou seja, a imagem que nos causa medo é sempre imaginada e nunca real. A reação de paralisia, fuga e colapso são aquelas que fazem com que a pessoa fique “refém do medo”; reações como curiosidade, motivação são aquelas que impulsionam  a pessoa contra o seu medo.

    O que é fracasso? O fracasso pode ter vários significados para cada pessoa, em geral, se formos raciocinar ele se refere à não conclusão de algo que se havia planejado previamente. Planejei que iria ganhar o campeonato, não consegui, portanto fracassei. O fracasso deriva, também de uma ilusão, de uma fantasia que havíamos criado em nossas mentes que não se concretizou. A experiência humana toma isso como um fracasso quando, na verdade é simplesmente mais um resultado.

    O problema no que venho acompanhando meus clientes é o que esse resultado implica para a pessoa. “Não ter ganho o campeonato”, por exemplo é sentido por muitos como “sou um perdedor”. Portanto a pessoa não teve apenas um resultado negativo no campeonato, ela tornou-se um perdedor. E ela não tem ideia de como lidar com isso, pois na concepção dela um perdedor é uma pessoa digna de pena, que não terá amigos e que está fadada à uma existência horrível. Assim o problema – em geral – não está no “fracasso” em si, ou seja, no resultado que foi alcançado, mas sim nas conseqüências que a  pessoa crê que este resultado terá e no que isso significa para ela.

    Tenho trabalhado com um conceito simples que é muito usado por grandes empresários. Vários empresários que hoje são grandes quebraram várias vezes em suas vidas, ou seja, fracassaram, o que aconteceu com eles então? Eles começaram a repensar o negócio e fizeram um novo negócio melhorado. A experiência do fracasso serviu para eles apenas como experiência de vida. O raciocínio é de tornar um ponto da vida deles – o fracasso – em apenas um ponto e extrair dele todo aprendizado possível para o próximo passo. As pessoas que tem medo do fracasso geralmente reagem à ele de forma diferente: entendem que aquele ponto na vida delas define a vida dela e quem elas são, as pessoas que reagem bem ao fracasso não, pensam que o ponto é só um ponto e que elas podem evoluir a partir dele, por isso continuam.

    O valor emprestado ao evento define-o, mesmo que socialmente ele tenha um valor pré existente. O que a pessoa irá fazer com o “fracasso” é o que vai definir o fracasso. Em resumo, todo o medo é uma ilusão e todo medo contém dentro de si uma incompetência e um julgamento. Julgamos o evento com base em nossa incompetência e por isso ele se torna tão terrível. Isso mesmo em relação ao medo da morte, a incompetência que temos que é a incompetência de toda uma geração é de como lidar com a morte, um soldado espartano não teria problema nenhum em morrer a forma pela qual ele encarava isso era que a morte era alcançar a glória, porque se importar com ela então? Uma vez que tratamos a incompetência da pessoa o julgamento modifica-se e com isso o afeto sentido pelo evento que causa o medo.

    E você? Tem medo do que?

    Abraço

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