• 7 de julho de 2014

    Estranho ao amor

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    • Não sei não Akim…

    • Porque não?

    • Ah… sei lá… é que assim: qualquer um pode dizer que está gostando de você e mentindo!

    • Hum… entendi. Bem, é verdade isso, mas porque isso aconteceria com você em específico?

    • Porque não?

    • Eu já disse que pode ocorrer, mas gostaria de entender porque com você?

    • Acho que eu sou fácil de ser enganada… não sei medir bem as pessoas…

    – Como sabe disso?

    • Minha família sempre diz isso de mim…

    • E o que você acha?

    • Eu não sei ao certo… acho que é mais fácil eu acreditar em tudo o que me dizem porque no fundo preciso de alguém me dizendo isso, sabe como?

    • Não… como?

    • Ah… não sou exatamente o tipo de pessoa que se ama… então quando alguém diz para mim que me ama, que eu sou especial eu meio que grudo nisso entende?

    • Ah sim, entendi…

     

    Muitas pessoas sentem-se “estranhas ao amor”. Esta sensação vem com vários tipos de argumentos como o que coloquei acima “sou facilmente enganada”, “não sou uma pessoa para ser amada”, “as pessoas mentem”, “todo(a) homem (mulher) é sacana” que são defesas criadas contra a experiência de amar.

    O argumento que afasta a pessoa do amor é aquele que a faz inconscientemente buscar um refúgio em sua “zona de conforto da solidão”, ou seja, a pessoa aos poucos começa a preferir as fantasias de dor que possui do que se entregar experimentando novas relações e novos pontos de vista sobre si mesmo, relacionamentos e a própria vida.

    Sempre que percebo argumentos que são rígidos em demasia sei que existe uma defesa contra algo. No caso das relações as pessoas constroem estas ideias rígidas através de suas primeiras relações com pais e figuras importantes. Por terem sido criadas nesta época elas tendem a ser rígidas porque as crianças não tem uma mentalidade tão flexível quanto a do adulto, em geral, é muito difícil a criança conseguir relativizar alguma coisa porque isto demanda um cérebro mais amadurecido.

    A questão é que não apenas a pessoa pensa nas relações de uma determinada maneira, ela também cria uma identidade própria além de comportamentos que a levam sempre ao mesmo cenário. Assim sendo, mesmo que o parceiro possa não ser aquele bicho papão, a pessoa começa a se comportar de uma maneira que a faz reproduzir na relação cenas parecidas com as que viveu no passado. Ao viver isso a pessoa “confirma” a sua teoria e então começa a fechar-se ao amor novamente.

    O problema é que, geralmente, a pessoa já está fechada para o seu amor próprio. A auto imagem e a auto estima não estão bem estruturadas porque foram criadas com base nas deficiências que ela tinha na relação com pais, familiares e outras pessoas importantes. O foco no “você é mau”, é maior do que o foco no que a própria pessoa faz de bom e, assim, como ela pode criar uma boa auto imagem e respectiva boa estima? Não pode. Terá, na melhor das hipóteses uma auto estima dúbia, ou uma pseudo estima que fará com que ela “ache” que está tudo bem, até que seja “testada”.

    Qual o teste? Por incrível que pareça: o amor. Ser amado realmente ataca as crenças negativas que temos à nosso respeito. É um teste: “esta pessoa diz que você é linda, maravilhosa, inteligente… você acredita nisso? Não estou vendo isso aqui na sua própria auto imagem mocinha… o que acontecerá quando esta pessoa ver você como realmente é?” Abandonar a auto imagem negativa significa se recriar a partir de uma perspectiva nova e amorosa, mas se a pessoa nunca confiou plenamente nela mesma, como o fará agora “só porque tem alguém dizendo que ela é especial”?

    O primeiro passo consiste em desafiar você mesmo os seus pensamentos negativos à você mesmo. Quando a pessoa começa a fazer isso ela está, ao mesmo tempo, dando um basta à auto crítica e dizendo “eu mereço ser feliz”. Este enfrentamento se faz necessário e ajudará a pessoa a “abrir brechas” nas suas defesas permitindo que o novo entre e, com isso, buscar uma maneira nova de se ver e se perceber no mundo.

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