• 6 de abril de 2015

    Escolher e viver

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    • Estou chateado

    • Porque?

    • Porque eu comecei no meu trabalho novo e não é aquilo que eu esperava.

    • Ah… bem vindo ao mundo real.

    • Como assim?

    • Oras, você esperava um “trabalho perfeito” onde isso significa que todas as suas exigências seriam atendidas.

    • É… algo assim…

    • Trabalho não foi feito para isso, foi feito para dar satisfação!

    • Então!!

    • Só que a satisfação é resultado de um trabalho e de todas as dificuldades que o mesmo traz.

    • Hum…

    • Assim, sem lidar com elas, a satisfação será difícil mesmo!

    • Entendo…

    • Vamos aprender a lidar com esta frustração e com as dificuldades que você descobriu no seu trabalho?

    • Vamos!

    Hoje é marcante a quantidade de escolhas que temos que fazer. Este tema é abordado por vários pensadores como Bauman e Branden e uma das reflexões que podemos ter a respeito deste tema é: até que ponto a escolha é o que mais importa?

    Quando criança havia uma frase na minha mochila escolar que dizia “faz o bem e faze-o bem”. Demorei à entender que esta frase falava sobre algo muito mais importante do que a escolha em si: a maneira de viver a escolha. Porque aprendi isso desta frase?

    Porque ao contrário daquilo que a propaganda contemporânea vende não podemos fazer a nossa vida do jeito que queremos. Melhor dizendo: nem sempre, tudo aquilo que planejamos saí da maneira exata que queríamos. Não creio ter que me delongar para explicar isso, todos os leitores já devem ter vivido isso em algum momento de suas vidas. Algumas vezes consegue-se aquilo que quer outras não. E é neste ponto que a frase da minha mochila vem à calhar.

    Fazer algo e fazer bem este algo são coisas diferentes. Escolher algo e viver bem esta escolha são coisas diferentes. Posso escolher me casar e ao mesmo tempo passar o resto da vida olhando para a vida de solteiro das pessoas e invejando-as. Não é uma boa forma de viver um casamento. Assim, a escolha torna-se secundária frente à nossa maneira de vivê-la. Por outro lado, é possível eu entrar “numa fria” e, dependendo da maneira que vivo aquilo tirar boas lições ou até mesmo aproveitar verdadeiramente.

    Creio que refletir sobre isso é fundamental porque tenho visto muitas pessoas reclamando nos consultórios sobre suas escolhas não porque fizeram as “erradas”, mas porque perceberam – mesmo que estejam ainda brigando com isso – que a escolha trouxe coisas inesperadas para elas, mas ao invés de aprenderem, elas brigam com isso. Gosto daquele ditado que diz “quando a gente pensa que tem a resposta, a vida vem e muda a pergunta”, assim se o problema é “o que eu quero” depois a vida pode te perguntar “você quer isso mesmo que tenha que passar por este outro problema aqui?” ou então “e se isso exigir mudanças pessoais de você, você ainda vai querer?” ou ainda “percebeu, agora, que não é tão fácil quanto você pensou?”

    Estas perguntas frustram e a nossa sociedade é “anti-frustração”, preparamos um discurso no qual você tem que estar sempre bem e sempre preparado. Óbvio mencionar que isso é impossível, então que tal aprender a ser humano e a lidar com as coisas humanas, tais como a frustração? Também óbvio aprender a lidar com o sucesso, afinal de contas quando não se sabe viver bem uma escolha podemos não viver bem, também a sua consequência mesmo ela sendo positiva. Daí aquelas pessoas que conquistam e não sabem celebrar.

    E você? Faz bem aquilo que faz? Aprendeu a gostar do que faz e não apenas a correr atrás “daquilo que gosta”?

    Abraço

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