– Pra mim é muito difícil ver isso, eu não gosto disso.
– Eu entendo, perfeitamente.
– Ai… não dá para a gente não falar disso?
– Dá…
– Dá?
– Dá, a terapia é sua. Você é quem sabe o que te incomoda não é?
– Sei… é… isso me incomoda… Mas… poxa vida, eu não gosto de ver, pensar ou sentir isso!!
– Eu sei, eu sei… tente então aceitar que não gosta disso, esse já é um ótimo começo. Isso existe e você não gosta disso, pode ser?
– É… talvez seja isso, um começo.
– Ótimo!
Aceitar é um exercício importante. Muitas pessoas confundem a aceitação com auto-estima, negligência ou comodismo.
Aceitar significa aceitar que “o que é; é”. Se tenho 1,75 de altura, tenho 1,75 e não 1,80 ou 2,00.
Se sinto medo quando falo com meu marido, sinto medo. Se ainda não consegui sair da casa de meus pais, não consegui sair.
A importância disso é a seguinte: para mudar precisamos lidar com o que existe. Daí que se você não aceita, você nega e com isso aquela situação ou característica não virá à sua consciência e com isso você nunca conseguirá mudar (ou levará sorte).
Desta forma aceitar é diferente de se acomodar porque não significa que quem aceita vai necessariamente se acomodar com a situação.
Aceitar é diferente de negligência porque é exatamente o seu oposto: só podemos ser responsáveis quando percebemos sobre o que agir.
Aceitar é diferente de auto-estima porque não envolve trabalho, é apenas uma constatação. Não precisamos estimar o que constatamos.
Assim aprenda a aceitar, esse é o primeiro passo para a mudança.