• 21 de junho de 2013

    Quero ou não quero?

    – Então… eu sei lá o que eu quero de verdade!

    – Hum… como você sabe que não quer?

    – Ah, acho que é assim: não me sinto à vontade com a ideia embora ache que ela é boa.

    – Entendi. O que te faz não se sentir à vontade?

    – Hum… não sei ao certo… a situação, as pessoas… não sei o que vão pensar, dizer entende como?

    – Claro. E me diga, se, por exemplo, você fosse uma dessas pessoas que não liga para a opinião das outras, o que faria?

    – Ah, se eu não ligasse eu escolheria fazer a viagem com certeza… tipo se eu soubesse falar: “ah meu, não me encha o saco”.

    – Perfeito… como seria aprender a dizer isso?

    – Ã, como? Nossa… nunca pensei nisso.

    – Então pense!

    Querer e não querer algo ao mesmo tempo. Difícil não?

    O tema é super comum e geralmente tem muito pouco à ver com a escolha em si, geralmente tem a ver com as conseqüências.

    Costumo dizer que toda mudança traz mudanças. Longe de ser apenas um trocadilho isso quer dizer que quando fazemos uma escolha a nossa vida, nossa rotina tende à mudar. Independente se a mudança será boa ou ruim, mais árdua ou mais tranquila a mudança pede com que saibamos nos adaptar à ela.

    A adaptação à mudança geralmente é foco de muitos problemas, pois é nela que a pessoa vai ver se consegue sustentar a mudança que deseja para si. Quem não quer ter uma auto-estima mais elevada? Mas quantos estão prontos para dar limites para pessoas próximas e importantes, aprender de vez a se sustentar sozinho ou perder o medo e ir atrás de um sonho? Estas últimas perguntas são as que tem a ver com as conseqüências de ter mais auto-estima, por exemplo.

    Assim quando desejamos algo estamos olhando diretamente para o benefício que achamos que aquilo vai nos trazer ou do malefício que vai nos afastar, no entanto, quando vamos para a ação propriamente dita o nosso cérebro começa a ponderar o que vamos precisar fazer para atingir a meta. E é aí que a coisa pára.

    Se eu não sei fazer, tenho medo, preguiça ou então não acredito que o que desejo é possível ou que eu sou capaz de conseguir, começo a minar o meu desejo e colocar dúvidas nele. Isso, ao longo do tempo gera a confusão e a paralisia que é um resultado da atividade cerebral que ao mesmo tempo acelera e freia. Também pode ser uma questão de identidade na qual a pessoa deseja porém “não SE vê” naquele quadro.

    Abraço

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