• 12 de fevereiro de 2015

    O eu no outro

    cubo

    • Eu não entendi o porque ele fez isso comigo.

    • Imagino que não. Como você imaginava que ele agiria?

    • Bem… esperava que fosse falar comigo sabe? Algo mais justo do que simplesmente sumir e ponto.

    • Você imaginava que ele faria isso porque?

    • Porque ele gostava de mim?

    • Entendo. Esta percepção estava alicerçada sobre o que?

    • Bem… ele dizia isso não?

    • Sim, mas agia de acordo?

    • Não…

    • Eu sei que você sabe que não. Porém uma esperança ainda restava de que você tivesse um lugar na vida dele. Você percebe que foi esta esperança quem te frustrou e não ele em si?

    • Sim… mas ele não agiu certo não é?

    • Deixo o julgamento de certo ou não para você. Você aprecia esta maneira de agir?

    • Não.

    • Então, como prefere agir frente à este tipo de comportamento?

    • Acho que vou me afastar também sabe?

    • Sim.

     

    Um dos aspectos que denotam uma auto estima bem estruturada é saber reconhecer a maneira pela qual nos vemos e a maneira pela qual os outros nos veem sem elaborar um julgamento moral sobre isso. Essa descrição resume a experiência “não levar para o lado pessoal”.

    Todos temos uma percepção do outro. É frente à esta percepção, inclusive que reagimos às pessoas. A boa auto estima nos ajuda a perceber se a nossa percepção do outro é factual ou apenas projeções de nossa parte. Da mesma maneira que faz com o outro, faz conosco também. Ter uma boa auto estima, muitas vezes significa perceber que não nos gostamos tanto quanto achamos que gostamos.

    Quando a pessoa tem um ego inflado – o popular “se acha” – ela pode estar se defendendo de uma auto imagem negativa demais, por exemplo. Neste caso, perceber-se “um pouco pior” é um sinal sadio que informa que a pessoa aceita perceber seus defeitos e, com base nisso, começar a criar uma auto estima verdadeira.

    As outras pessoas também nos veem da maneira própria delas. Isso é importante de ser frisado porque perceber o real lugar que temos na vida das pessoas faz parte de uma vida mental saudável. Ao invés de nos iludirmos, percebemos quem somos e quem somos para os outros. Isso exige maturidade para perceber o lugar e para não levar esta percepção para o lado pessoal, ou seja, julgar por “pessoa má” aquelas que não nos dão a prioridade. Nem mesmo se forem aquelas pessoas mais próximas.

    Porque? Porque tem a ver com a maneira que elas nos observam. “Não levar para o lado pessoal” é saber que o outro lida com a gente não pelo que somos, mas sim pela maneira que ele nos vê. Algumas vezes damos a sorte de ter por perto pessoas que nos vêem de uma maneira muito próxima daquela que nos vemos e ainda mais. Mesmo essas pessoas ainda reagem àquilo que veem e não ao que “somos de fato”. Quando percebemos esta realidade, podemos aprender a nos cuidar de uma outra maneira, a maneira sincera.

    Não se trata do “outro ser ruim”, mas sim de que aquele comportamento nos trouxe tristeza, de que sentimos determinada ação como perda de algo importante ou como uma ameça ao nosso bem-estar. O foco passa para as nossas ações, significados e emoções. Isso não significa que precisa-se manter contato com pessoas que nos trazem mal, pelo contrário, decidir se afastar de pessoas que cometem atos que nos são nocivos fica mais fácil porque não culpamos o outro, apenas assumimos a responsabilidade pelo nosso bem-estar.

    Quem você acha que é para os outros?

    Abraço

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