• 4 de março de 2015

    Onde está o caminho?

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    -Eu fico em dúvida daí sabe?

    • Sei sim. Entre um e outro, no que você pensa?

    • Ah eu fico pensando que se eu pensar de um jeito eu posso não conseguir me sentir livre para falar o que eu preciso.

    • E se pensar de outro?

    • Posso não gostar do que eu vou falar.

    • Me parece que você perde de um jeito ou de outro não?

    • Pois é!

    • E o que você tem a ganhar, já pensou nisso?

    • Hum… sinceridade de um lado e polidez do outro.

    • Qual o mais importante para você nesse momento?

    • Acho que eu posso ser sincero e polido sabe? É só arranjar um jeito de dizer as coisas…

    • Do mesmo jeito, qual você acha que é mais importante para você?

    • Polidez… preciso aprender a dizer o que eu quero ao invés de ficar só vomitando o que me vem na telha.

    • Perfeito.

     

    Como saber qual o caminho seguir? Que decisão tomar? Ouço esta pergunta sempre no consultório. Talvez uma das perguntas mais feitas na humanidade seja essa: “o que fazer?” É óbvio que não posso afirmar existir uma fórmula mágica para resolver esta pergunta já que ela sempre é feita em contextos diferentes. Porém tenho seguido um princípio que parece ajudar muito as pessoas em suas dúvidas.

    Em geral quando as pessoas estão em dúvidas sobre que caminho seguir  elas tentam verificar o caminho que irá causar menos problemas. A tendência é buscando algo para “não errar”. Aí mora um perigo: “não errar” é algo que não tem como se garantir quando se está pensando no futuro. Porque? Porque o futuro é incerto, não temos todos os dados disponíveis para saber  o que esperar do futuro, sendo assim é impossível realizar um planejamento com 100% de certeza.

    Desta maneira refletir sobre o que não se deseja e aquilo que se teme é uma forma de evitar a criação de uma resposta. Aqui vai a segunda dica: as pessoas em geral pensam que existe uma “resposta certa”, como se ela fosse uma borboleta voando por aí e você tivesse que capturar “a” resposta certa. Assim perguntam-se: “será que estou tomando a decisão certa?”. O engano se dá porque a resposta assim como as perguntas são criadas, ou seja, não existe uma resposta certa “a princípio”.

    Buscar a “resposta certa” e “não errar” são dois focos que fazem com que as pessoas se paralisem porque a tensão aumenta muito. Mas então, o que fazer? Uma das maneiras que tenho utilizado quando ocorre a paralisia na busca de uma resposta sobre o que fazer é pedir à pessoa que veja aquilo que ela tem à ganhar ao responder as suas perguntas, ou aquilo que ela deseja conseguir.

    Este foco tira a pessoa de uma responsabilidade moral à respeito do “certo ou errado” e a coloca no campo da experiência pessoal sobre o que vai ajudá-la a se formar melhor enquanto ser humano. Quando se começa a focar desta maneira existe mais liberdade para o pensamento e a criação de um foco em prol do qual se mover. É assim que se cria motivação, ou seja, o motivo para a ação. Só decide-se o que fazer depois que se possui um objetivo em relação à isso e esse objetivo tem a ver com o momento da pessoa e o que ela está formando dentro dela naquele momento. Por este motivo a mesma pergunta sobre  a mesma situação pode ter respostas diferentes ao longo da vida de uma pessoa.

    Note que guio a pessoa não pelo caminho onde ela irá “ganhar mais”, mas sim, pelo caminho que tem a ver com ela naquele momento. Muitas vezes isso significa, inclusive, perder. Perder o orgulho e pedir perdão, por exemplo. Assim o raciocínio é checar aquilo que você deseja formar com a resposta e não buscar a resposta certa. Toda resposta é criada e essa criação tem a ver com a vida da pessoa, com o momento dela e esses fatores podem ser levados em consideração. Assim as respostas começam a mostrar qual o caminho que irá me guiar para aquilo que desejo formar e assim a mente trabalha melhor.

    E você? O que vai fazer?

    Abraço

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