• 22 de abril de 2015

    O poder de aceitar

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    • Não gosto de agir assim.

    • Eu sei, imagino que não é nem um pouco bom para você não é?

    • É bem isso… nunca mais quero fazer isso.

    • Fazer o que?

    • Brigar com as pessoas.

    • Isso é muito bom, mas, o que te motiva a brigar com elas?

    • Elas me provocam oras.

    • Perfeito, porém, como você sabe que estão te provocando?

    • Ah… até me dizem, às vezes, que eu levo tudo muito para o pessoal sabe? Que não sei “brincar”.

    • Entendo. Sua educação foi muito rígida não foi?

    • Sim, o pai era duro, mas foi bom, me formei bem enquanto homem.

    • Claro que sim, um profissional exemplar. Agora, será que esta imagem sua não é dura demais?

    • Como assim?

    • Bem, às vezes somos tão bem formados que não ficamos muito flexíveis não é?

    • É… verdade…

    • E aí, qualquer comentário pode soar como um ataque e não como uma brincadeira ou crítica.

    • É… me parece que é um pouco o que eu penso.

    • Sim, então, me diga, que tal imaginar que você não precisa defender a imagem que seu pai o ajudou a criar, que ela não está sob ataque?

    • Se eu imaginasse isso poderia relaxar.

    • Se pudesse relaxar, brigaria mais com as pessoas?

    • Não, muito menos… e comigo também!

     

    Em minha prática de terapia eu sempre questiono meus clientes em relação aquilo que desejam “jogar fora”, ou que querem “eliminar” desuas vidas. Porque?

    Ocorre que o ser humano não tem nenhuma característica por mero acaso. Características, emoções e comportamentos não são entidades fantasmagóricas que ficam voando por aí e entram no corpo da gente, elas são produto da nossa vida, decisões e contexto. Sendo assim “livrar-se” delas é, também, livrar-se da sua história.

    Parto de um outro pressuposto também para agir desta maneira: todo comportamento pode ser adequado em um determinado contexto. Ao afirmar isso quero dizer que é importante avaliar com a pessoa onde aquilo que ela faz de “errado” pode ser vivido como “certo”. Muitas pessoas são preguiçosas, por exemplo. A preguiça é errada? Se o que você precisa fazer é agir sim, porém, depois de comer com tempo para dormir, porque não?

    A questão é que se insiste num comportamento que não dá os resultados que desejamos. Ou seja a pessoa insiste em trabalhar com preguiça, ao invés de buscar motivação para o trabalho e preguiça para os momentos de folga. Ajudar as pessoas a pensar na adequação de seus comportamento diminui muito a necessidade de “eliminá-los”.

    Além disso o mais importante não é eliminar aquilo que se faz de “errado”, mas sim aprender a fazer o “correto”. Ou seja, se coloco muita farinha no bolo e ele fica duro eu não tenho que parar de por farinha, mas sim aprender o quanto colocar. Quando se aprende aquilo que é mai adequado de se fazer também aprendemos a não ter tantos problemas com nossas características.

    O ponto do post de hoje é aceitação, o que tudo isso tem a ver com a aceitação? Ocorre que como eu afirmei antes: nenhum comportamento existe ao acaso. Assim sendo, quando queremos nos livrar de algo que fazemos, na verdade estamos falando dos resultados que se comportar de determinada maneira nos traz, em geral, é disso que queremos nos livrar.

    Porém, para aprender o que fazer é importante aceitar aquilo que fazemos “errado” para compreender exatamente o que precisamos mudar, o que nos estimula a agir de determinada forma e como proceder. Enquanto você não aceita aquilo que faz de “errado” você briga com a característica, tenta atuar e fingir que nada está acontecendo, isso é gera um desgaste e um desperdício de sua energia que poderia ser canalizada para algo mais interessante e “produtivo”: conhecer você mesmo, do jeito que é, com a história que possui e, a partir disso começar a operar mudanças em sua vida.

    O que você nega em você?

    Abraço

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