• 2 de dezembro de 2013

    Conclusão x ação

    – Pois é Akim, eu não consigo tomar uma decisão!

    – Mas você já me disse que não quer vender o carro! Qual o problema?

    – Ai é que daí a minha irmã fica dizendo que eu tenho que fazer isso e eu estou começando a ficar irritado sabe?

    – Sei sim, mas, novamente: qual o problema?

    – Ah não sei… qual?

    – Eu é que pergunto: você já sabe que quer ficar com o carro, porque está se perturbando?

    – Por causa da minha irmã!

    – Qual o problema com ela?

    – Que ela fica falando para vender!

    – E você quer?

    – Não.

    – Então?…

    – Tá… o problema é que eu não consigo dizer para ela: eu não vou vender, não insista.

    – Ah… muito bem! Decisão tomada e atitude correta! Agora sim!

    O tema do post de hoje é decisão. Muitas pessoas dizem na sessão que “não sabem tomar decisões”, no entanto o que tenho percebido é que elas não se comprometem com a decisão à ponto de tomar uma ação ou tomam ações se baseando em opiniões que não são adequadas para elas. Conclusão e ação são duas partes inseparáveis de uma decisão, por esta razão é importante compreender mais sobre elas para evitar ter “problemas em decidir”.

    Para que existe uma conclusão é necessário que exista o raciocínio da pessoa. Isso pode parecer óbvio, porém muitas vezes as pessoas simplesmente assumem conclusões de terceiros e as tomam como conclusões próprias. O problema é que nem sempre a conclusão de um terceiro pode ser útil para a pessoa. Assim sendo é importante que a pessoa raciocine a situação ou a escolha de acordo com seus próprios valores, desejos e objetivos para que, com isso, ela chegue à uma conclusão adequada para si.

    Você pode solicitar a opinião de terceiros, ou mesmo pedir ajuda num assunto que você desconhece, mas isto não implica que você deva acatar sem pensar aquilo que um terceiro lhe diz: quantas vezes um especialista errou e uma intuição de um “leigo” prevaleceu como correta? A ideia é que é sempre importante a pessoa assumir um posicionamento conceitual que reflita o que ela pensa, sente e deseja para que a conclusão seja dela.

    Isso se dá porque se a conclusão não for da pessoa a ação poderá ser muito difícil e um possível arrependimento muito mais doloroso: “porque não fiz aquilo que eu pensei em fazer?” “porque fui ouvir ele(a)?” são os lamentos que ouço no consultório. Isso nos faz passar para a parte da ação.

    A “segunda” fase consiste em agir. Se a pessoa já definiu o que deseja e percebeu qual o melhor  caminho para ela agora precisa colocar o raciocínio em prática e tomar as atitudes necessárias. Os problemas aqui são quando a pessoa tem dificuldade em se comprometer consigo assim como quando ela tem ações que não refletem o seu pensamento. Quando existe dificuldade em se comprometer a pessoa pensa e repensa no que é “certo à se fazer”, mas não faz. Isso consome a pessoa por dentro gerando grande ansiedade. Já no segundo caso é aquela pessoa que nunca sabe o que faz “fiz porque me falaram” – como se ela não pudesse julgar por ela mesma o que deve fazer.

    Agir é concretizar um pensamento, uma forma de expressão ou um desejo. Se não existe a ação temos apenas um belo pensamento, uma bela teoria: pode ser bela, mas nunca será, de fato, real. Por mais que se insista que se uma ideia existe na mente ela já é real o suficiente, coloco o ponto de que pensar num jantar não é o mesmo que estar num jantar, portanto embora seja real – enquanto pensamento – não é real enquanto a experiência que se propõe. Além disso nunca vi alguém se queixar porque fez o que era preciso, mas sempre ouço as pessoas reclamando de não terem feito aquilo que precisavam fazer com suas vidas.

    A decisão, então, envolve desenvolver um opinião à respeito do tema, situação ou desejo que respeite nossos valores, pensamentos e que sirva para o nosso crescimento, o nome disso é conclusão, ou seja, tomando todos estes elementos a pessoa conclui que… O segundo passo é a ação refletida: “se penso isso, portanto devo fazer… seria adequado que eu fizesse…” Que representa a expressão no mundo material da conclusão da pessoa.

    Qualquer pessoa que tenha um problema em decidir deve atentar para estes dois aspectos para ver onde está a  falha: no pensar ou no agir.

    Abraço

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